BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Com apenas um ano em funcionamento, mais da metade da população adulta brasileira já usou o Pix pelo menos uma vez. Levantamento divulgado nesta terça-feira (16) pelo Banco Central mostra que 104,4 milhões de pessoas pagaram ou receberam com o sistema de pagamentos instantâneos, o equivalente a 62,5%.
O Pix, que completa um ano hoje, já movimentou R$ 4 trilhões desde o lançamento e bateu o recorde de 50 milhões de transações em um único dia, em 5 de outubro.
De acordo com o BC, a adoção foi mais rápida entre jovens. Pessoas entre 20 e 29 anos representam 34% dos usuários do Pix. Aqueles que têm entre 30 e 39 anos equivalem a 31%. Entre 40 anos e 49 anos, o percentual é de 18% e cai para 8% na faixa de 50 a 59 anos.
Pessoas que têm acima de 60 anos representam apenas 4% dos usuários e abaixo de 19 anos, 5%.
A pesquisa mostra ainda que 45,6 milhões de pessoas que não faziam TED (Transferência Eletrônica Disponível) hoje fazem Pix. Desde o lançamento, 33,9 milhões de pessoas disseram usar exclusivamente o Pix para transferências e 11,7 milhões passaram a usar ambos (TED e Pix).
O novo meio de pagamento cresceu mais entre consumidores de baixa renda. De março a outubro deste ano, o número de usuários dessa faixa aumentou 131%.
Levando em conta todas as faixas de renda, a alta foi de 52%.
“Outro indício de inclusão financeira é o valor médio de transferências, 60% de Pix são abaixo de R$ 100. O que mostra que é usado para fazer pequenas transações, o que mostra seu caráter inclusivo”, afirmou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel Pinho de Mello.
O levantamento mostrou ainda que 7,9 milhões de empresas já usaram o Pix para receber ou para pagar, o equivalente a 54,6% das empresas com relacionamento no sistema financeiro. “É um embarque muito forte também das empresas”, disse Pinho de Mello.
O Pix representa ainda 15,6% das operações entre pessoas e empresas.
Ao todo, são 348,1 milhões de chaves cadastradas. Uma pessoa pode fazer até 5 e uma empresa, até 20. Na prática, o usuário não precisa registrar chave para usar o Pix.
O mecanismo serve para facilitar a identificação do recebedor. Dessa forma, quem realiza o pagamento ou transferência não precisa digitar todos os dados para enviar os recursos, como nome, CPF e conta.
O diretor ressaltou que o Pix deve ganhar novas funcionalidades nos próximos meses, como iniciação de pagamento com Pix, para comprar em loja online sem ter que acessar o aplicativo do banco, saque e troco no comércio, o débito automático, pagamento sem internet (offline) e compras internacionais.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a realidade superou as expectativas que a autarquia tinha para o Pix.
“Nossas expectativas eram altas e, hoje, a realidade superou as expectativas. O Pix caiu no gosto dos brasileiros e seu uso se intensifica mês a mês”, comemorou.
Para Campos Neto, o sistema ainda deve passar por aprimoramentos para atingir todo o seu potencial.
“O Pix, apesar de já ter alcançado um uso expressivo pela população, certamente ainda não atingiu todo o seu potencial. O uso do QR Code, por exemplo, ainda depende de uma melhor assimilação da tecnologia por parte dos usuários”, citou.
Segundo ele, o uso do pagamento com Pix no comércio pode ser melhor explorado a partir de inovações tecnológicas.
“Há um universo de possibilidades para novos negócios e para implementação mais eficiente com o uso da iniciação de transação, especialmente no comércio eletrônico”, ressaltou.
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