SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Assessora de longa data de Hillary Clinton, Huma Abedin revelou que foi abusada sexualmente por um senador dos Estados Unidos em 2005. A revelação foi feita em um novo livro de memórias que será publicado na próxima semana, mas foi obtido pelo jornal The Guardian.
Ela conta que havia “enterrado” o assédio sofrido, mas as acusações envolvendo o juiz da Suprema Corte dos EUA Brett Kavanaugh, em 2018, a motivaram a falar publicamente sobre o assunto. Porém, Abedin não cita o nome do senador ou de seu partido, nem dá outros indicativos sobre sua identidade.
À época, ela trabalhava para Clinton quando a ex-primeira-dama e futura secretária de Estado era senadora por Nova York, entre 2001 e 2009.
Casamento de Trump
O crime teria ocorrido logo após Abedin e os Clintons comparecerem ao casamento de Donald Trump com sua terceira esposa, Melania Knauss, em janeiro de 2005. Sobre essa ocasião, Abedin, que nasceu em Michigan, mas cresceu na Arábia Saudita, escreve: “Senti que estava em um casamento árabe em casa”.
Então, depois de descrever um jantar em Washington com a presença de “alguns senadores e seus assessores”, mas não de Clinton, Abedin conta que acabou saindo com um dos senadores presentes. “E logo paramos em frente ao prédio dele e ele me convidou para entrar para tomar café. Uma vez lá dentro, ele me disse para ficar confortável no sofá.”
Ela conta que o senador tirou o blazer, arregaçou as mangas e fez café enquanto conversavam. “Então, em um instante, tudo mudou. Ele se sentou à minha direita, colocou o braço esquerdo em volta do meu ombro e me beijou, empurrando sua língua em minha boca, pressionando-me de volta no sofá. Fiquei tão chocado que o afastei. Tudo que eu queria era que os últimos 10 segundos fossem apagados.”
Abedin escreve que o senador pareceu surpreso e se desculpou, dizendo que a “interpretou mal todo esse tempo”. Enquanto pensava em sair “sem que isso acabasse mal”, ela escreve, o senador perguntou se ela queria ficar. “Então eu disse algo que apenas a minha versão com vinte e poucos anos teria feito – ‘sinto muito’ – e saí, tentando parecer o mais indiferente possível.”
A assessora conta ainda que se afastou do senador por alguns dias, mas o encontrou depois no Capitólio – o Congresso americano -, e balançou a cabeça quando ele perguntou se ainda eram amigos. Clinton, então, se juntou a eles, escreve Abedin, “como se soubesse que eu precisava ser resgatado, embora eu não tivesse lhe contado nada sobre aquela noite”.
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