Dupla de ativistas leva escotismo para 10 mil crianças que vivem no Afeganistão

Em tempos de guerras e crises, é importante lembrar que para cada história de perda e tragédia, há uma história de coragem e generosidade – como é o caso do programa “Escoteiro Juvenil do Afeganistão”.

O país está envolvido em conflitos há mais de 40 anos mas, em meio a essa turbulência, Mohammad Hamkar decidiu reviver o programa de escoteiros do Afeganistão na década de 2010 começando em parque cheio de amendoeiras e pessegueiros nos arredores de Cabul, a capital afegã.

Ele e Marnie Gustavson, sua parceira de ONG radicada nos EUA se lembra de ter vivido em Cabul durante os poucos dias de paz do país asiático – hoje, eles têm trabalhado para melhorar a vida de meninos e meninas que vivem na zona rural por meio do escoteirismo.

Como? Incentivando aos pequenos um senso de responsabilidade e serviço à comunidade, particularmente durante os últimos dois meses.

Como membros da organização sem fins lucrativos PARSA (do inglês “Serviços de Fisioterapia e Reabilitação para o Afeganistão”), que se concentra na reconstrução das comunidades afegãs – Hamkar e Gustavson perceberam o poder do Distintivo de Mérito em dar aos jovens um caminho valioso a seguir na vida.

Hamkar já treinou 600 voluntários para serem chefes de escoteiros e teve o orgulho de voltar a ser membro da Organização Mundial de Movimentos Escoteiros, restaurando o escotismo no Afeganistão fundado originalmente em 1931.

“Temos cerca de 10.000 pequenos escoteiros em todo o país”, disse Marnie Gustavson, que deixou o país durante a recente vitória do Talibã em Cabul.

“O que os escoteiros realizam em todo o país – particularmente seu foco no serviço comunitário – é simplesmente extraordinário”, completou ela.

Ajuda aos refugiados é um princípio do Escotismo

Depois que o Taleban reassumiu o poder, milhares de refugiados se abrigam em parques ao redor de Cabul. Era uma situação que Hamkar e seus escoteiros treinaram para resolver.

Juntando tendas, sacos de dormir e outros suprimentos de emergência, eles criaram um acampamento seguro e funcional onde 45 famílias deslocadas podem obter abrigo e receber comida e água.

Quando o Taleban soube do que estava acontecendo, acusou Hamkar de ensinar o cristianismo, uma alegação que ele facilmente contestou.

Assim, se vendo sem opções, o governo fundamentalista emitiu autorização para que a ONG PARSA continuasse seu trabalho, que incluía o retorno dos escoteiros às ruas para oferecer assistência social e levar esperança para as pessoas.

O espírito dos escoteiros segue vivo no Afeganistão!

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Fonte: CS Monitor
Fotos: PARSA / Mohammad Hamkar

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