EUA avaliam aplicar 3ª dose de vacinas da Covid a partir de setembro

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos planeja recomendar uma terceira dose da vacina da Covid-19 aos americanos a partir do começo de setembro, segundo informações obtidas pela agência de notícias Reuters e pelo jornal The New York Times.

A gestão de Joe Biden deverá indicar que as pessoas tomem a nova injeção oito meses após terem completado a imunização com duas doses. A medida, que pode ser anunciada ainda esta semana, será direcionada inicialmente a quem tomou as vacinas da Moderna e da Pfizer.

Uma nova aplicação para quem tomou o imunizante da Janssen, de dose única, está em estudo, mas uma decisão sobre isso pode demorar mais tempo.

As primeiras pessoas a serem imunizadas novamente serão pessoas mais velhas que vivem em casas de repousos e funcionários da saúde. Depois, os demais idosos, de modo escalonado por faixa etária.

A medida depende de liberação do FDA, órgão que fiscaliza os medicamentos no país. Na semana passada, foi aprovada a aplicação da terceira dose das vacinas Pfizer e Moderna, mas apenas para pessoas com sistema imunológico comprometido.

Segundo o New York Times, a decisão sobre dar a terceira dose se baseia em estudos feitos em Israel, que mostraram que a proteção fornecida pelo imunizante da Pfizer às pessoas mais velhas perde força com o tempo. Uma pesquisa apontou que os maiores de 65 anos que tomaram a segunda dose em janeiro têm agora cerca de 55% de proteção contra casos graves da doença, enquanto que este índice superava 90% logo após a aplicação das duas doses.

Alguns estudos têm demonstrado que, alguns meses depois da segunda dose de qualquer vacina, a quantidade de anticorpos tende a cair. Apesar disso, as pessoas imunizadas seguem com menor chance de ter casos graves de Covid. Nos EUA, 99% das mortes foram de pessoas que não se vacinaram.

O debate sobre a terceira dose nos Estados Unidos ocorre em meio a uma nova alta de casos de Covid em agosto. A média de casos diários está em 140 mil, número que não era atingido desde fevereiro. No pior momento da crise no país, em janeiro, eram mais de 250 mil casos por dia. Já o total de mortes está em patamar mais baixo. A média atual é de 704 óbitos diários, o dobro de três semanas atrás, mas ainda distante dos 3.000 no auge da crise.

As escolas e universidades estão em período de volta às aulas e o clima começa a ficar mais frio a partir de setembro, dois fatores que podem facilitar o espalhamento da Covid.

Nos EUA, há muitas vacinas disponíveis. Das 415,9 milhões de doses entregues, só 357 milhões foram aplicadas até agora. A imunização no país é gratuita e está disponível em farmácias, supermercados e em postos temporários, mas tem avançado de modo mais lento nos últimos meses, em meio à falta de interesse dos americanos pelas doses.

A vacinação no país está disponível para todos com mais de 12 anos. Até segunda (16), 59,8% da população total havia tomado ao menos uma injeção, e 50,8% estava completamente vacinada.

Para tentar avançar a aplicação de vacinas, o governo Biden e alguns estados colocaram pressões e estímulos para que funcionários públicos se imunizem. Algumas cidades, como os de Nova York e de San Francisco, passaram a exigir comprovantes de vacinação para acessar lugares de lazer, enquanto outros estados, como Flórida e Texas, criaram leis que impedem estabelecimentos de pedir comprovantes de imunização.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) é contra a aplicação de doses de reforço enquanto a imunização regular segue devagar em muitos países do mundo, e pediu que as vacinas extras sejam direcionadas para países mais pobres. A maioria das nações da África não vacinou nem 5% da população com a primeira dose. O Haiti, no Caribe, só iniciou a campanha de vacinação contra o coronavírus no mês passado.

Apesar disso, Israel está distribuindo a terceira dose para maiores de 50 anos desde julho. Na semana passada, o Chile começou a aplicar uma dose extra da vacina AstraZeneca nos idosos que já receberam as duas doses da Coronavac. E o Uruguai aprovou uma dose de reforço do imunizante da Pfizer para aqueles que já receberam duas injeções da Coronavac.

Atualmente, o Brasil está realizando estudos para avaliar os benefícios de uma dose de reforço com as vacinas da Pfizer, Oxford/Astrazeneca e Coronavac.

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