A indústria de veículos vive uma dificuldade de restrição de oferta e não de demanda, avaliou nesta quarta-feira, 14, Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, a associação que representa as montadoras instaladas no País.
“Existe bastante interesse ainda na compra do carro novo”, disse Moraes. “A oferta ajustando, vamos ter esse cliente atendido. A demanda está aí”, acrescentou o executivo.
O comentário foi feito durante apresentação de pesquisa feita com usuários da Webmotors que aponta o preço dos automóveis, considerado muito alto por 58% dos participantes, como o maior impeditivo à troca de carro. Os juros altos do financiamento, a incerteza financeira (risco de desemprego) e a falta de modelos no mercado são outras barreiras citadas, em menor frequência, entre os interessados em trocar de veículo.
Para Moraes, o levantamento indica que o medo associado aos impactos da pandemia no emprego e na renda – destaque da pesquisa anterior, feita há um ano, entre os motivos que levavam as pessoas a adiar a compra – não está mais no radar dos consumidores.
As restrições de oferta, no entanto, seguirão comprometendo as vendas, já que, conforme reafirmou hoje Moraes, a crise no abastecimento de componentes eletrônicos, responsável por parar montadoras, dificilmente terá uma normalização antes de um ano.
“Para o segundo semestre, podemos ter alguma interrupção de produção por dias ou semanas a depender da situação de cada montadora”, disse o presidente da Anfavea.
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