As mortes por overdose nos Estados Unidos dispararam em 2020, um ano marcado pela pandemia de coronavírus. De acordo com os dados revelados pelo governo norte-americano, 93 mil pessoas morreram devido a overdoses de droga, um recorde no país.
O número é bastante superior às 72 mil mortes por overdose registadas em 2019, o que representa uma subida de 29%.
“É uma perda de vida humana assombrosa”, disse Brandon Marshall, investigador de saúde pública da Universidade de Brown, em declarações prestadas à Associated Press.
Marshall, que estuda as tendências de overdose, explica que os Estados Unidos já se debatiam com a sua pior epidemia de overdoses, mas a “Covid exacerbou de grande forma a crise”.
Os especialistas afirmaram à AP que o confinamento e outras medidas restritivas isolaram as pessoas com vício de droga e tornaram o seu tratamento mais difícil.
Nos anos mais recentes, a epidemia de overdoses nos Estados Unidos tem como principal responsável o fentanil, um opioide poderoso e que é perigoso. Foi desenvolvido para tratar dores intensas de doenças como o câncer, mas tem sido vendido por traficantes de droga e misturado com outras drogas.
“O que está realmente impulsionando a onda de overdoses é o crescente fornecimento de drogas envenenadas. Quase todo este crescimento envolve uma contaminação com fentanil de alguma forma. A heroína está contaminada. A cocaína está contaminada. A metanfetamina está contaminada”, referiu Shannon Monnat, professora assistente de Sociologia na Universidade de Syracuse, que pesquisa os padrões geográficos nas overdoses.
A proliferação do fentanil é um dos motivos que levam os especialistas a dizer que não esperam um declínio substancial de mortes por overdose nos Estados Unidos este ano.
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