SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desde o início de sua gestão, o agora ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles teve suas ações contestadas por entidades ambientais e pesquisadores da área.
Prometendo um “ambientalismo de resultados” e foco na poluição urbana, Salles teve sua gestão marcada pela paralisação do bilionário Fundo Amazônia, por queimadas e desmate recordes, o maior desastre ambiental do litoral brasileiro, com derramamento de óleo pela costa, ataques a ONGs ambientais e pela minimização da devastação ambiental no Brasil.
Também ficou marcado pela frase sobre “passar a boiada” e mudar as regras ambientais durante a pandemia de Covid-19: “Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando”, disse em reunião ministerial. “De Iphan, de Ministério da Agricultura, de Ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação, é de regulatório que nós precisamos, em todos os aspectos”, afirmou.
Salles disse que o caminho para simplificações de normas seriam pareceres e foco em mudanças infralegais, que não necessitariam passagem pelo Congresso, onde modificações poderiam ser bloqueadas.
Mas mesmo antes da pandemia Salles alterou a estruturas ambientais importantes no Brasil. O maior exemplo talvez tenha sido a mudança feita no Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), importante órgão na elaboração e implementação de políticas ambientais no país.
Salles, reduziu o número de assentos no conselho, retirou o ICMBio da composição do órgão e diminuiu a presença da sociedade civil na entidade. Com a nova estrutura, o governo federal passou a ter maior poder no órgão.
Além de mudanças como a citada, a gestão Salles fica marcada pelos recordes constantes de desmatamento e queimadas, devastações intimamente ligadas. Os anos de 2019 e 2020 viram explosões na destruição da Amazônia, alcançando os maiores valores em mais de dez anos.
Ao mesmo tempo em que a situação se agravava, o número de multas por crimes ambientais apresentava quedas. Salles, assim como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), minimizava a situação, e chegou a afirmar que a Amazônia já tinha desmatamento zero.
Ao tomar posse como ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Salles já tinha sido condenado, em primeira instância por improbidade administrativa. O ex-ministro foi condenado por favorecer empresas de mineração a partir de alterações em mapas de planos de manejo no período em que era Secretário do Meio Ambiente do estado de São Paulo, durante o governo Geraldo Alckmin. A condenação foi revertida em segunda instância.
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