Semana do Tropeiro tem início em Sorocaba

 

Com o intuito de aproximar a população da cultura tropeira, mantendo viva a memória a respeito da participação de Sorocaba no desenvolvimento do Ciclo do Tropeirismo, a Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), deu início, nesta segunda-feira ( 24), à programação especial da Semana do Tropeiro. Uma das atrações é a exposição “O Tropeiro – Algumas Histórias”, que abriu ao público, por volta do meio-dia desta segunda-feira, no Shopping Pátio Cianê.

“A Semana do Tropeiro é uma das principais comemorações da nossa cidade, já que o Tropeirismo sorocabano foi de extrema importância na formação econômica e cultural do Estado de São Paulo e do Brasil. Convidamos a população para que prestigie nossas atividades”, destaca o secretário da Cultura, Luiz Antônio Zamuner. Todas as atrações seguem as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19.

A exposição “O Tropeiro – Algumas Histórias” conta com imagens registradas pelos fotógrafos Zaqueu Proença, Gui Urban e Adilson Incao, além de exibir parte do acervo da Biblioteca Infantil Municipal “Renato Sêneca de Sá Fleury”, com aquarelas do artista Mário Mattos, tela de Ettore Marangoni, livros sobre a temática, miniaturas que remetem à cultura tropeira, mostrando ao público um pouco sobre a vida e os costumes do tropeiro, entre outros objetos. No local, a população ainda poderá conferir um grande mapa com as rotas do Tropeirismo, entre os séculos XVIII e XX.

O público que comparecer à mostra ainda pode doar 1 kg de alimento não perecível. A ação solidária é realizada pela Secretaria da Cultura e será voltada à classe artística de Sorocaba, como parte da campanha #AFOMENAOEFAKE, coordenada pelo Fundo Social de Solidariedade (FSS), em parceria com a Secretaria da Cidadania (Secid).

A exposição “O Tropeiro – Algumas Histórias” está localizada no andar superior do Shopping Pátio Cianê, próximo à escada rolante que dá acesso ao segundo pavilhão, e será atração, sempre das 10h às 20h, até o dia 13 de junho.

Outras atividades da Semana do Tropeiro

A população também pode conferir, de segunda a sexta-feira, das 9h às 14h, até o dia 30 de junho, uma mostra fotográfica no Barracão Cultural, com imagens dos fotógrafos Gui Urban e Zaqueu Proença. O espaço público está localizado na Avenida Afonso Vergueiro, 310, ao lado da Estação da Ferrovia, no Centro.

Também nesta semana teve início uma série especial sobre a Semana do Tropeiro, com vídeos publicados nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Sorocaba (https://www.facebook.com/prefeituradesorocaba e @prefeituradesorocaba), produzidos em parceria com a Secretaria de Comunicação (Secom).

O primeiro vídeo da série especial foi publicado nesta segunda-feira, com a participação do jornalista e historiador Sérgio Coelho de Oliveira, que fala sobre a importância do Tropeirismo para o desenvolvimento econômico e cultural de Sorocaba.

Outros materiais audiovisuais serão divulgados ainda nesta semana, com a participação do historiador e administrador da Biblioteca Infantil, José Rubens Incao; da historiadora e museóloga da Secult, Sônia Nanci Paes; do tropeiro Álvaro Augusto Antunes de Assis e da arte-educadora da Biblioteca Infantil, Paula Cristina Minatogawa, que ensinará as crianças a fazerem uma “mulinha”, utilizando garrafa PET.

Já, no sábado (29), às 9h, será lançado o livro “No Rastro das Tropas”, no Largo do Divino, localizado na Vila Espírito Santo. De autoria de Sérgio Coelho de Oliveira, com patrocínio do Programa de Ação Cultural (ProAC), do Governo do Estado de São Paulo, a publicação, com 120 páginas de textos e ilustrações, tem como intuito expor os vestígios culturais remanescentes do Tropeirismo no trecho paulista.

Sobre o Tropeirismo

O Tropeirismo começou por volta de 1733, com o português Cristóvão Pereira de Abreu, que abriu estrada ligando Curitiba a Sorocaba, conduzindo mulas e gado. Mas, foi a partir de 1750, com a instalação do Registro de Animais em Sorocaba, ao lado da ponte sobre o Rio Sorocaba, que se tornou sistemática a passagem de tropas xucras ou arreadas pela cidade e, com isso, passou a sediar as Feiras de Muares, famosas em todo o país e que duravam de dois a três meses, entre abril e junho.

Caracterizou-se pelo uso generalizado do lombo de animal, equino ou muar – especialmente este – para o transporte de cargas. O que hoje é feito por caminhões, na época era feito por esses animais. As tropas arreadas eram um conjunto de 8 a 10 animais, equipados com cangalhas, nas quais eram penduradas as bruacas (bolsas), contendo mercadorias.

O tropeiro tornou-se o responsável direto pela circulação de produtos destinados à exportação e pelo abastecimento das regiões interioranas, além de emissário oficial, transmissor de notícias, intermediário de negócios e protetor dos viajantes. Além disso, traziam do Sul do Brasil até Sorocaba, tropas xucras ou soltas, que eram domadas por famosos peões e vendidas nas feiras realizadas.

Os anos de 1750 a 1850 são considerados a fase áurea do Tropeirismo. Em 1875, com a implantação das ferrovias, o comércio de tropas começou a decair. A última grande feira realizada em Sorocaba foi em 1897.


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