(FOLHAPRESS) – Robson de Souza, o Robinho, 41, completa nesta sexta-feira (21) o primeiro ano dos nove de sua sentença pelo crime de estupro coletivo, cometido na Itália, em 2013.
Ídolo do Santos e jogador da seleção brasileira nas Copa do Mundo de 2006 e 2010, ele cumpre a pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, conhecido por alojar criminosos famosos, seja por serem figuras públicas, seja pelo crime ter tido grande repercussão e, por isso, correrem risco em penitenciárias comuns.
Enquanto sua defesa trabalha por recursos no STF (Superior Tribunal Federal) e no STJ (Superior Tribunal de Justiça) com o objetivo de modificar a pena determinada pelos tribunais italianos, sob o argumento de que há diferença nas legislações dos dois países e que a dosimetria deveria ser adaptada ao que diz a lei penal brasileira, o ex-atleta aposta no bom comportamento e em cursos para reduzir seu tempo de prisão.
De acordo com a Polícia Penal do Estado de São Paulo, Robinho tem bom convívio com os outros detentos. Ele participa de atividades esportivas durante o banho de sol. O ex-atleta concluiu os dez módulos do Programa de Educação para o Trabalho e Cidadania, que visa a capacitação em relação ao trabalho e a cidadania, além de fazer parte do clube de leitura.
Com a reforma de sua sentença, além dos dispositivos previstos na Lei de Execução Penal sobre reduzir a remissão da pena baseado no comportamento dentro da prisão, o ex-atleta espera, ao menos, passar para o regime semiaberto em breve.
Um dos recursos apresentados por seus advogados junto ao STJ estava na pauta para ser julgado neste mês, mas foi retirado da agenda no último dia 13, conforme consta no sistema aberto do tribunal.
A defesa do ex-jogador não atendeu ligações, nem respondeu mensagens para comentar se a mudança foi um pedido feito pelos defensores, liderados pelo advogado José Eduardo Alckmin, com escritório principal em Brasília.
O ex-jogador sempre negou que tenha cometido o crime. Pouco antes de ser preso, em março de 2024, ele chegou a publicar um vídeo em suas redes sociais no qual mostrava fotos e prints que, segundo ele, comprovariam sua inocência.
Além de seus representantes, Robinho tem recebido visitas regulares de seus familiares. A lista de quem já foi ao presídio para vê-lo não é divulgada pela SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), mas já houve quem manifestasse publicamente seu desejo de visitá-lo, como o ex-técnico Emerson Leão.
Técnico do Santos quando Robinho ajudou a equipe a conquistar o Campeonato Brasileiro de 2002, Leão afirmou em fevereiro, ao site ge.com, que gosta muito do ex-jogador, tem diálogo com ele e espera apenas por uma autorização do presídio para visitá-lo. Isso, porém, não deve ocorrer porque somente parentes de primeiro grau (pais, cônjuges e filhos) podem fazer visitas.
Mais velho dos três filhos do ex-atacante, Robinho Jr, 17, que recentemente assinou seu primeiro contrato profissional com o Santos, costuma visitar o pai uma vez por mês.
Como acontece aos fins de semana, o ex-atleta deverá receber visitas neste sábado (22), quando terá pela primeira vez um contato com alguém de fora após a morte de Rudney Gomes, um de seus quatro amigos citados na condenação que o levou o ex-jogador à prisão.
Rudney morreu na última terça-feira (18), aos 46 anos, no bairro de Gonzaga, em Santos. De acordo com informações prestadas pelo 7º Distrito Policial e pela CPJ (Central de Polícia Judiciária) de Santos, o caso foi registrado como suicídio.
A morte foi confirmada ainda no local depois que a Polícia Militar foi acionada pela síndica do prédio onde ele morava. Os policiais chamaram uma médica para constatar o óbito.
Ainda de acordo com o registro, uma amiga de Rudney informou a polícia que ele estava com depressão.
Rudney era segurança particular de Robinho e foi um dos denunciados pelo Ministério Público da Itália por envolvimento no caso de estupro coletivo contra uma mulher albanesa, mas não foi condenado pelo crime.
Ele e outros três homens não foram julgados pela Justiça italiana porque deixaram o país durante as investigações e não foram notificados para a audiência preliminar, que ocorreu em 31 de março de 2016.
Além de Robinho, Ricardo Falco também foi condenado pela Justiça Italiana. As condenações dos dois foram determinadas em terceira e última instância, ou seja, não cabem mais possibilidade de recurso.
Falco cumpre sua sentença na Penitenciária 1 de Guarulhos, na Grande São Paulo. A P1, como é chamada, foi escolhida por concentrar um perfil de presos semelhantes aos de Tremembé.
Lorena Machado, advogada de Falco, informou que o caso se seu cliente segue nos tribunais um curso semelhante ao de Robinho, tanto no STF como no STJ, mas que estão em estágios processuais distintos.
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