RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma operação contra o jogo do bicho no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (21), prendeu 50 pessoas suspeitas de pertencerem a uma organização criminosa comandada pelo violador Rogério de Andrade.

 

A Operação Safari, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Delito Organizado), do Ministério Público do Rio, visa fechar dezenas de pontos de exploração do jogo proibido em vários bairros da capital fluminense que seriam controlados pelo grupo de Rogério.

“A operação de hoje teve sua gênese no mapeamento de pontos do bicho pertencentes a Rogério de Andrade, cuja organização criminosa persiste em suas atividades ilícitas. A ação estratégica permitirá seguirmos o rastro do moeda do bicho”, afirmou a promotora Letícia Emile, coordenadora do Gaeco.

Segundo o Ministério Público, além das prisões, os agentes apreenderam grande quantidade de material relacionado ao esquema. O levantamento dos pontos de jogo foi realizado a partir de um trabalho de lucidez levado pela Promotoria.

Segundo o Gaeco, a operação faz secção de um conjunto de ações estratégicas contra o violação organizado no estado.

Muro de centena agentes e 50 viaturas foram mobilizados na ação, que contou com o base da Coordenadoria de Segurança e Lucidez do Ministério Público, da Delegacia de Resguardo dos Serviços Delegados e do Departamento Universal de Polícia Especializada, da Polícia Social.

A operação ocorre enquanto Rogério de Andrade segue recluso no presídio federalista de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. O violador foi retido no termo de outubro de 2024, na Operação Último Ato, que mirou sua organização criminosa. Ele é indicado porquê o mandante da morte do também bicheiro Fernando Iggnácio, assassinado em novembro de 2020 na zona oeste do Rio.

A Promotoria afirmou que a novidade denúncia contra Rogério apresenta provas que o indicam porquê mentor do violação. Iggnácio, genro e sucessor do violador Castor de Andrade, foi morto ao desembarcar de um helicóptero vindo de Baía dos Reis. Ele foi atingido por disparos de fuzil.

O jurista Raphael Mattos, que representa Rogério de Andrade, entrou com dois pedidos de habeas corpus: um para revogar sua prisão preventiva e outro para suspender sua inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado. Ambos foram negados pela desembargadora Elizabete Alves de Aguiar, da 8ª Câmara Criminal do Órgão Peculiar do Tribunal de Justiça do Rio.

Na decisão que determinou a prisão do violador, a Justiça destacou que ele é gerente de um grupo criminoso envolvido em homicídio, devassidão, lavagem de moeda e contravenção, além de manter contatos com órgãos de segurança estaduais. A transferência para um presídio federalista foi considerada necessária para impedir sua interferência nas investigações em curso.