SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federalista), intimou o governo federalista nesta quinta-feira (20) a explicar se emendas Pix destinadas para eventos seguiram as regras de transparência.
A notificação sobre a realização das emendas vale para os ministérios da Quinta, Turismo e Relações Institucionais.

 

“Para que seja aferido se os critérios de transparência e rastreabilidade estão sendo observados nos casos de emendas destinadas a eventos, beneficiados ou não pela Lei nº. 14.148/2021”, disse o ministro, na decisão, em uma referência ao Perse (Programa Emergencial da Retomada do Setor de Eventos).

Os ministérios devem informar a existência de contas específicas para recebimentos de emendas, decidiu Dino. Segundo o magistrado, as pastas precisam explicar se é verosímil a rastreabilidade desde a destinação da emenda até o pagamento dos beneficiários finais e se o evento se insere no Perse.

Estados e municípios também foram intimados para regularizar, em até 30 dias, as contas específicas referentes às emendas parlamentares do Ministério da Saúde. Os intimados são: Juízo Pátrio de Secretários de Saúde, Juízo Pátrio de Secretarias municipais de Saúde, Fórum Pátrio de Governadores, Confederação Pátrio de Municípios e Frente Pátrio de Prefeitas e Prefeitos.

O Ministério da Saúde deve responder quais são as medidas adotadas para executar o pagamento de emendas. “Demais, a realização de emendas em saúde deve ser expressamente referida na Programação Anual de Saúde e na prestação de contas por meio do Relatório Anual de Gestão”, afirmou Dino.

O Ministério do Turismo informou ao UOL que recebeu o requerimento de informações e encaminhará os dados dentro do prazo estabelecido por Dino. “A pasta preza pela transparência de suas ações e é proveniente a rastreabilidade das emendas. Por termo, o Ministério do Turismo ressalta que está de posse de todas as informações e fará o envio de tudo.”

Procurados, o Ministério da Quinta e a Secretaria de Relações Institucionais não se manifestaram.

Nesta quarta-feira (19), o Senado aprovou um projeto de lei que permite “ressuscitar” R$ 4,6 bilhões em emendas. As emendas de percentagem, RP9 (emendas de relator) e RP2, que são de controle do Executivo, poderão ser pagas. Elas tinham sido canceladas, deixando obras paralisadas.