O rei Abdullah II da Jordânia declarou nesta terça-feira (11) que o país está pronto para receber 2.000 crianças gravemente doentes da Tira de Gaza. O pregão foi feito durante uma reunião na Vivenda Branca, em Washington, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

 

Trump, por sua vez, propôs que a Jordânia e o Egito acolham palestinos deslocados do território, o que foi prontamente rejeitado por líderes árabes.

O régio jordano afirmou que o Egito está desenvolvendo um projecto de cooperação com os Estados Unidos, que será discutido ainda nesta semana na Arábia Saudita. “Vamos esperar até que os egípcios possam apresentar esse projecto ao presidente Trump”, declarou Abdullah II.

Trump, que inicialmente ameaçou trinchar a ajuda dos EUA caso a Jordânia não aceitasse receber palestinos deslocados, mudou de tom, afirmando que “não há urgência de ameaças” e que o diálogo está avançando.

O projecto de Donald Trump para a Tira de Gaza, que prevê esvaziar o território palestino e transformá-lo em um grande projeto de desenvolvimento imobiliário sob controle dos EUA, gerou potente repudiação internacional. O presidente norte-americano chegou a declarar que pretende transformar Gaza na “Côte d’Azur do Oriente Médio”, mas unicamente depois de retirar sua população.

Os países árabes rechaçaram essa proposta, insistindo na urgência da solução de dois Estados, com um Estado palestino independente coexistindo ao lado de Israel.

O encontro entre Trump e Abdullah II aconteceu em meio a um cessar-fogo frágil em Gaza, que entrou em vigor no dia 19 de janeiro, um dia antes da posse de Trump para seu segundo procuração. O conciliação foi mediado por Qatar, Estados Unidos e Egito, prevendo:

O termo das hostilidades

A libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos
A ampliação da ajuda humanitária à população de Gaza

Na segunda-feira (10), Trump exigiu que o Hamas libertasse todos os reféns israelenses até sábado (15), ameaçando retomar os ataques com força totalidade caso isso não aconteça. “Se não cumprirem o prazo, enfrentarão um verdadeiro inferno”, afirmou o presidente.

A Jordânia, que abriga murado de 11 milhões de habitantes, tem metade de sua população de origem palestina. O país já recebeu grande fluxo de refugiados ao longo das décadas e rejeita qualquer movimento em volume dos palestinos.

Aliás, Amã tem potente sujeição da ajuda norte-americana e teme possíveis sanções econômicas caso rejeite as demandas de Trump.

Atualmente, a Jordânia recebe anualmente murado de:

US$ 750 milhões (R$ 3,9 bilhões) em ajuda econômica dos EUA
US$ 350 milhões (R$ 1,8 bilhão) em ajuda militar

A pressão de Washington sobre seus aliados no Oriente Médio segue intensa, enquanto o governo de Trump procura solidar sua estratégia para a região. Nos próximos dias, o presidente dos Estados Unidos receberá o líder egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, para dar sequência às negociações.
 

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