SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em subida de 0,47% nesta sexta-feira (7) e encerrou a semana cotado a R$ 5,791, diante das novas ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A moeda passou secção da sessão em queda e chegou à mínima de R$ 5,734, embalada pelos números do mercado de trabalho norte-americano. À tarde, porém, notícias sobre a verosímil novidade escalada da guerra de tarifas reverteram a tendência, com a lema tocando R$ 5,807 na máxima do dia.
Já a Bolsa, em pregão estendido por razão do horário de verão dos EUA, tinha potente queda de 1,32% às 17h, aos 124.532 pontos.
A guerra de tarifas ganhou novos tons nesta sexta-feira. Em proclamação na Mansão Branca, Trump prometeu reciprocidade tarifária a vários países ao longo da próxima semana.
A medida -uma das promessas do republicano durante a campanha eleitoral- visa igualar as tarifas de importação dos Estados Unidos às cobradas pelos parceiros comerciais sobre produtos norte-americanos.
Trump não identificou quais países seriam afetados, mas sugeriu que seria um esforço grande que também poderia ajudar a resolver os problemas orçamentários dos EUA.
“Vou anunciar isso na próxima semana, transacção recíproco, para que sejamos tratados de forma justa com outros países”, disse Trump. “Não queremos mais, nem menos.”
Os planos seguem a esteira dos decretos assinados no sábado (1º), nos quais Trump impôs tarifas adicionais sobre todas as importações do Canadá, México e China. Ele, porém, costurou acordos com as lideranças dos países vizinhos e adiou as taxas em um mês, mas manteve as de 10% sobre todos os produtos da China.
A manobra demonstra disposição de Trump em usar tarifas porquê barganha na presença de parceiros comerciais importantes, apesar de potenciais efeitos negativos para a própria economia americana. Até portanto, tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, impostas no decreto de sábado, seriam uma espécie de sanção para os fluxos de imigrantes indocumentados para os Estados Unidos e de opioides fentanil.
Já as tarifas contra produtos da China estão em vigor desde terça-feira. A medida resultou em represália: serão impostas taxas de 15% para carvão e gás originário dos EUA, muito porquê outras de 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis, a partir do dia 10 de fevereiro.
Ainda há tempo para que Washington e Pequim tentem chegar a um pacto -esperança alimentada por autoridades de ambos os países e por investidores de todo o mundo.
Isso porque a política tarifária do republicano tem o potencial de aumentar custos para os consumidores norte-americanos, o que pode comprometer a luta do Fed (Federalista Reserve, o banco medial dos EUA) contra a inflação e forçar a manutenção da taxa de juros em patamares elevados.
Quanto maiores os juros por lá, mais atrativos ficam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, os chamados treasuries, o que fortalece o dólar globalmente.
A notícia da escalada da guerra mercantil foi antecipada pela dependência Reuters no início desta tarde e reverteu o movimento de queda da moeda norte-americana no Brasil.
Até portanto, o dólar marcava perdas de 0,40%, tendo chegado a R$ 5,734 na mínima do dia. O foco, no início da sessão, era nos números do “payroll” (folha de pagamento, em inglês), com o mercado especulando as implicações nas decisões de juros do Fed.
Principal oferecido da semana, o payroll mostrou que 143 milénio postos de trabalho foram abertos em janeiro, aquém das expectativas de 170 milénio vagas de economistas consultados pela Reuters. O resultado, segundo especialistas, pode ter sido afetado pelos incêndios que tomaram a Califórnia no último mês e pelo clima indiferente.
A taxa de desemprego desacelerou para 4%, na presença de 4,1% da leitura anterior. Já os ganhos médios por hora aumentaram 0,5%, depois 0,3% em dezembro.
A resiliência do mercado de trabalho dos EUA tem sido a força motriz por trás da expansão econômica do país e um dos motivos pelos quais o Fed (Federalista Reserve, o banco medial norte-americano) pausou os cortes na taxa de juros na última reunião de política monetária.
O oferecido indica que há um resfriamento gradual da empregabilidade por lá, o que fortalece a tese de que há ainda espaço para mais retardamento monetário por secção do banco medial.
“A geração de vagas veio aquém do esperado, mas a taxa de desemprego subiu menos que as estimativas, enquanto os ganhos por hora trabalhada superaram as projeções. Esses dados abriram espaço para apostas no início dos cortes de juros nos EUA, com um Fed mais dovish [favorável a taxas de juros mais baixas]”, diz Marcio Riauba, dirigente da mesa de operações da StoneX Banco de Câmbio.
O Fed deixou a taxa básica de juros inalterada na filete de 4,25% a 4,5% no mês pretérito, depois de tê-la despegado em 1 ponto percentual desde o início do ciclo de flexibilização, em setembro. A expectativa dos mercados é que um novo golpe aconteça em junho, segundo a instrumento CME Fed Watch.
Mas a política tarifária de Trump pode ser um tropeço para isso, devido ao potencial inflacionário.
Já na cena doméstica, investidores analisam comentários do ministro da Rancho, Fernando Haddad, em entrevista à Rádio Cidade, de Pernambuco. Segundo ele, a eleição de Trump motivou a subida no dólar no termo do ano pretérito, o que teria encarecido os combustíveis e os mantimentos.
“Depois da eleição do Trump, teve uma disparada no dólar, e a gente exporta gasolina e diesel, e isso tem um revérbero nos preços”, disse. A pressão sobre o bolso do consumidor, segundo Haddad, deve melhorar com o conforto recente no câmbio, a safra recorde projetada para 2025 e o termo do ciclo do boi, quando os pecuaristas diminuem os rebanhos para valorizar o valor por cabeça de bicho.
O patamar da moeda norte-americana tem esfriado desde o início do ano. Analistas pontuam que a cotação estava atingindo patamares exagerados no Brasil, com os investidores repercutindo temores em relação ao cenário fiscal brasílico. A lema chegou a renovar o recorde histórico para R$ 6,267.
O excesso, na visão de especialistas, forneceu espaço para a correção observada neste início de ano. Até quarta-feira, a moeda estava em uma sequência de 12 dias consecutivos de queda -a maior em 20 anos.
Na ponta corporativa, destaque para os papéis do Bradesco, em queda 3% depois a divulgação do balanço financeiro.
Houve um salto de 87,7% no lucro líquido recorrente do quarto trimestre em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 5,4 bilhões. O banco também divulgou previsões para 2025, incluindo desaceleração no propagação da sua carteira de crédito.
O presidente do banco, Marcelo Noronha, afirmou que o Bradesco está trabalhando de forma mais conservadora. A queda das ações ocorre depois duas altas seguidas, quando somaram proveito de 3,7%.