SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Justiça Federalista aumentou a pena de dois ex-policiais rodoviários federais condenados pela morte de Genivaldo Santos em Sergipe.

 

Solicitação foi feita pelo Ministério Público Federalista. O órgão alegou erro de conta nas penas.

A Justiça Federalista em Sergipe acolheu o pedido e fez a diferença. Com isso, a novidade pena de Kléber Promanação Freitas e William de Barros Noia é de 23 anos, oito meses e 14 dias para ambos, em regime inicial fechado. A pena anterior era de 23 anos, um mês e nove dias.

Eles foram condenados por tortura seguida de morte o dia 7 de dezembro de 2024. Além de Kléber e William, a Justiça condenou Paulo Rodolpho por homicídio triplamente qualificado. Ele chegou ao lugar posteriormente a abordagem já iniciada, jogou a petardo e segurou a porta do sege. A pena de Paulo não foi alterada. Ele foi sentenciado a 28 anos de reclusão.

As penas foram agravadas pelo motivo fútil, pela asfixia e pelas circunstâncias que impossibilitaram a resguardo da vítima. Os três policiais que prenderam Genivaldo na mala da viatura e o mataram com gases em maio de 2022, em Umbaúba (SE). O júri ouviu muro de 30 testemunhas, incluindo parentes da vítima, peritos e especialistas.

“As circunstâncias do transgressão são muito graves e extrapolam a normalidade. A tortura foi praticada à luz do dia, em via pública, e na presença de várias pessoas que se acumularam ao volta da ocorrência, filmando e verbalizando alertas de desvelo aos agentes, sendo seguida de um conjunto de atos fortes, culminando com o uso da granada e o resultado morte. E mesmo com tudo o que aconteceu, a multa de trânsito foi lavrada e enviada aos familiares de Genivaldo”, afirma a sentença.

RELEMBRE O CRIME

Genivaldo de Jesus Santos, 38, varão preto foi morto posteriormente ser trancado dentro de um porta-malas em abordagem truculenta da PRF. Ele sofreu asfixia, segundo informou o IML (Instituto Médico Lícito), em análises preliminares. O caso ocorreu ontem em Umbaúba, litoral sul de Sergipe.

Quando questionado, teria tentado explicar que tomava remédios para distúrbios psiquiátricos. No dia 25 de maio de 2022, a vítima, presa dentro da viatura, foi submetida a um gás lacrimogêneo, que formou uma densa fumaça branca dentro da viatura e o asfixiou.

Imagens de um vídeo gravado à era mostram que Genivaldo ergue os braços em atendimento à polícia. Porém, por várias vezes na gravação é provável ouvir os policiais gritando com ele e até o ofendendo. Mais tarde, ele é visto no porta-malas da viatura, com fumaça.

Pelas frestas da porta traseira, era provável ver fumaça escapando e as pernas dele enquanto gritava no interno da viatura. Logo que Genivaldo parou de se debater e gritar, os policiais fecharam a porta traseira da viatura, entraram no sege e deixaram o lugar.

Genivaldo morreu momentos depois. Ele ainda foi levado ao hospital, já desacordado, mas não resistiu. O IML apontou que a desculpa da morte foi “insuficiência aguda secundária a asfixia”. Em agosto de 2023, o portanto ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou a destituição dos três agentes da PRF envolvidos na morte de Genivaldo. Outros dois policiais foram suspensos.