Quase 100 prisioneiros palestinos libertados por Israel chegaram nesta quinta-feira (30) a Ramallah, na Cisjordânia, onde foram recebidos por familiares, equipes médicas e centenas de apoiadores. Os detidos foram transportados em dois ônibus a partir da prisão israelense de Ofer, seguindo para o Núcleo Recreativo de Ramallah, o mesmo sítio onde outras libertações ocorreram no sábado anterior.

 

A ação faz segmento da terceira rodada de trocas de prisioneiros por reféns, dentro do contrato de cessar-fogo firmado entre Israel e o Hamas. Ao todo, 110 palestinos foram libertados – 95 levados para Ramallah, 14 para Gaza e um para Jerusalém Oriental.

Tensão e confronto durante a libertação
A libertação dos prisioneiros foi adiada algumas horas depois que Israel criticou as condições em que sete reféns – dois israelenses e cinco tailandeses – foram entregues pelo Hamas na Fita de Gaza.

Durante o trajeto entre a prisão de Ofer e Ramallah, houve momentos de tensão. Jovens palestinos entraram em confronto com as forças de segurança israelenses, que abriram queimação contra a poviléu reunida para escoltar a libertação, deixando pelo menos 14 feridos.

Os ônibus com os prisioneiros seguiram lentamente, cercados por uma poviléu que buzinava e filmava os recém-libertados pelas janelas. No núcleo de recepção de Ramallah, equipes médicas aguardavam os prisioneiros com cadeiras de rodas para realizar os primeiros exames físicos. A poviléu entoava cânticos porquê “O povo quer as Brigadas Al-Qassam” (o braço armado do Hamas) e “Alá é grande”.

Entre os libertados, nomes de supino perfil
Dentre os 110 prisioneiros libertados, estão 32 condenados à prisão perpétua, 48 com outras penas e 30 menores de idade. Todos são homens, exceto um, segundo a Percentagem de Prisioneiros Palestinos.

A lista inclui figuras de destaque, porquê Zakaria Zubeidi, líder das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, e Mohamed Abu Warda, militante do Hamas réprobo a 48 penas de prisão perpétua.

A libertação desses detidos ocorreu horas depois que o Hamas e a Jihad Islâmica entregaram os reféns israelenses Arbel Yehud, de 20 anos, e Gadi Moses, de 80 anos, além de cinco cidadãos tailandeses. Antes deles, Agam Berger, uma soldado de 20 anos, foi libertada em Jabalia, no setentrião de Gaza.

O cessar-fogo, iniciado em 19 de janeiro, procura moderar os combates entre Israel e o Hamas. Durante as primeiras seis semanas da trégua, 33 reféns israelenses devem ser libertados, em troca da liberação de tapume de 2.000 prisioneiros palestinos.

A guerra na Fita de Gaza, iniciada em 7 de outubro de 2023, foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, que deixou tapume de 1.200 mortos e 250 reféns levados para Gaza. Desde logo, a ofensiva israelense já causou mais de 47.000 mortes no território palestino, além da devastação massiva de infraestrutura.

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