BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta (29) novo decreto que vai ordenar a preparação de uma instalação na prisão de Guantánamo, na ilhéu de Cuba, para receber até 30 milénio imigrantes em situação irregular detidos em território americano.

 

“Temos 30 milénio camas em Guantánamo para estagnar os piores criminosos e estrangeiros ilegais que ameaçam o povo americano. Alguns deles são tão maus que não confiamos nos países para segurá-los, pois não queremos que eles voltem. Isso vai vergar nossa capacidade imediatamente. É um lugar difícil de transpor”, disse Trump em evento na Lar Branca anunciando as novas medidas.

“Se você olha a Venezuela, o transgressão lá caiu 77% porque eles pegaram os membros de gangues, prisioneiros, traficantes e mandaram todos eles para os EUA”, afirmou ainda o republicano, sem apresentar provas.

Criada em 2002 durante a gestão de George W. Bush e nos desdobramentos dos ataques terroristas em 11 de setembro do ano anterior, a prisão que fica em um pedaço de território americano na ilhéu de Cuba ficou conhecida por práticas de tortura e se tornou grande dor de cabeça para as administrações subsequentes.

A Folha de S.Paulo esteve na base militar americana em fevereiro do ano pretérito. Lá, acompanhou o testemunho do psicólogo James Mitchell, indigitado uma vez que uma das mentes por trás das chamadas “técnicas avançadas de interrogatório” usadas pela CIA em prisões secretas pelo mundo, conhecidas uma vez que “black sites”, nos primeiros anos da Guerra ao Terror.

O termo técnico engloba práticas uma vez que waterboarding (afogamento simulado), walling (percutir a cabeça de uma pessoa contra a parede) e privação de sono por dias. Alguns prisioneiros foram submetidos também a “hidratação retal” -inserção de líquidos pelo ânus por meio de um tubo, caracterizada uma vez que estupro por advogados.

As práticas foram banidas por Barack Obama (2009-2017), que admitiu se tratar de tortura. O ex-presidente tentou fechar a prisão durante seu procuração, mas fracassou. Durante o primeiro governo de Trump (2017-2021), o republicano não continuou os esforços e chegou a proferir que liberaria novamente o waterboarding; depois, recuou.

Biden retomou a resguardo do término de Guantánamo, mas não deu à taxa a mesma prioridade que Obama.

A Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o “czar da fronteira” de Trump, Tom Homan, falaram com jornalistas a reverência da proposta do presidente.

“O que provavelmente vocês não sabem é que já existe um núcleo de migrantes lá. Está lá há décadas. Logo, vamos unicamente expandir esse núcleo de migrantes já existente”, disse Homan. Ele afirmou que o ICE (Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas) faria a governo do lugar.

Noem disse que a Lar Branca trabalha para “usar os recursos” já disponíveis para realizar a proposta. “Estamos indo detrás desses caras,” acrescentou.

Trump anunciou a medida nesta quarta durante assinatura da lei Laken Riley, primeira lei aprovada pelo Congresso que o republicano sanciona. Riley foi assassinada por um imigrante em situação irregular posteriormente sentenciado à prisão perpétua -o caso foi combustível da retórica anti-imigração da campanha de Trump e aliados no Congresso.

De concórdia com o texto, autoridades federais serão obrigadas a prender qualquer imigrante estagnado ou culpado por crimes uma vez que roubo, agressões ou assassinatos.

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