Um estudo realizado pela ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos), com pedestal do CFO (Juízo Federalista de Odontologia) e executado pela consultoria italiana Key-Stone, revelou dados inéditos e importantes sobre a saúde bucal no Brasil. A pesquisa realizada no período dezembro de 2023 a dezembro de 2024 analisou tanto o comportamento da população em relação à frequência às consultas odontológicas quanto o perfil dos próprios dentistas.

 

De concórdia com o levantamento, 68% dos brasileiros visitaram o dentista no último ano, sendo que as mulheres lideram essa estatística. Entre aqueles que disseram ter visitado o dentista, a higiene bucal foi o tratamento mais realizado: 70% dos entrevistados afirmaram ter feito. Em contrapartida, 39% deles buscaram serviço de obturação e restauração dentária.

No entanto, os dados mostram uma desigualdade no entrada ao atendimento odontológico: 75% dos pacientes com ensino superior buscaram o dentista, enquanto exclusivamente 54% dos brasileiros com escolaridade básica fizeram o mesmo.

A pesquisa também revelou que a renda tem uma possante interdependência com a frequência de consultas: 80% das pessoas que ganham mais de 10 salários mínimos frequentaram regularmente o dentista, enquanto exclusivamente 59% das pessoas com até um salário mínimo buscaram atendimento odontológico.

Para Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO, a situação financeira é determinante para o entrada ao dentista, devido ao cimo dispêndio dos tratamentos odontológicos. “Hoje, por exemplo, uma simples obturação pode custar entre R$ 500 e R$ 800. Se a pessoa não tiver condições financeiras adequadas, ela acaba adiando a consulta, e o que poderia ser resolvido com um tratamento simples se transforma em um pouco mais multíplice”, afirma. Ele lembra que o governo federalista teve um esforço significativo, por meio do Ministério da Saúde, para levar a odontologia à população por meio de assistência técnica financiada pelas prefeituras, com subvenção da União. “A proposta de saúde bucal do governo federalista previa a instalação de gabinetes odontológicos pelas prefeituras para atender a população carente. Mas, a implementação tem sido muito lenta, dificultando o entrada e ampliando as desigualdades.”

Em relação ao sistema público de saúde, a pesquisa revela que 23% dos pacientes procuraram atendimento odontológico pelo SUS, sendo que a maior secção dessa parcela apresenta níveis educacionais mais baixos e faixas de renda menores. Por outro lado, 74% dos atendimentos ocorreram na rede privada, o que evidencia que a demanda por serviços odontológicos particulares ainda supera significativamente a procura pelo SUS.

“A pesquisa revela dados importantes sobre o comportamento dos brasileiros com relação à procura pelo atendimento odontológico e deixa evidente, por exemplo, a urgência de ampliação de oferta dos serviços de Saúde Bucal na rede pública. Felizmente há uma perspectiva de que isso possa ocorrer gradualmente por meio da emprego da Política Pátrio de Saúde Bucal, criada por meio da lei federalista 14.572 de 2023 e que incluiu o Programa Brasil Sorridente no SUS. Esse foi um progressão importante que deve prometer maior entrada aos tratamentos odontológicos, beneficiando mormente as pessoas em situação de vulnerabilidade”, pontua Claudio Miyake, presidente do Juízo Federalista de Odontologia (CFO).

Perfil dos dentistas no Brasil

O estudo também traçou o perfil de atuação dos dentistas no Brasil, revelando que exclusivamente 35% dos profissionais trabalham com convênios odontológicos, um percentual que sobe para 39% entre mulheres dentistas.

Ou por outra, procedimentos estéticos, que incluem ortodontia e tratamento de estética dentária, uma vez que clareamento ou lente de contato dental, são praticados por 86% dos dentistas entrevistados. Em contraste, a medicina estética para harmonização orofacial é a disciplina menos praticada dentro dos consultórios odontológicos, com pouco mais de um terço da modelo declarando que a prática. Dos entrevistados, 8% preveem introduzir a técnica no porvir, 12% estão interessados em explorar essa oportunidade, enquanto quase metade (46%) não demonstra interesse em realizá-las. No entanto, observa-se uma maior disseminação em consultórios nos estados da região Sul (44%) e em consultórios maiores (43% nos consultórios com pelo menos três cadeiras).

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