Várias embaixadas, incluindo as do Ruanda, França, Bélgica, Estados Unidos, Uganda e Quênia, foram atacadas nesta quarta-feira (28) em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (RDC), durante manifestações que ocorrem em meio ao progresso dos rebeldes do grupo M23 no leste do país. As informações foram confirmadas por fontes diplomáticas.

 

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, classificou os ataques porquê “inaceitáveis” e revelou que manifestantes incendiaram o prédio da embaixada francesa. Barrot afirmou que estão sendo tomadas todas as medidas para prometer a segurança do pessoal diplomático.

Enquanto isso, no leste da RDC, a cidade de Goma enfrenta uma grave crise humanitária devido aos combates entre o grupo rebelde M23 e as forças armadas congolesas. A ONU, por meio do Programa Cevar Mundial (PAM), alertou para a escassez de provisões na região, agravada pelo fechamento do aeroporto sítio e o bloqueio das principais vias de aproximação. Segundo Shelley Thakral, porta-voz da filial em Kinshasa, muro de 25% da população de Goma corre risco iminente de morrer de penúria caso a situação não seja resolvida rapidamente.

Os combates, que já duram seis dias em áreas residenciais da cidade, forçaram a ONU a retirar temporariamente equipes não essenciais e suspender a entrega de provisões à população. De convénio com Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, a violência é intensa e muitos cadáveres foram encontrados nas ruas. Ou por outra, há relatos de violência sexual, saques em propriedades privadas, hospitais e depósitos de ajuda humanitária.

A infraestrutura básica de Goma também foi gravemente afetada. Desde segunda-feira (26), o aproximação à internet foi completamente interrompido, enquanto o fornecimento de chuva e eletricidade está em risco iminente de colapso.

Patrick Youssef, diretor para a África do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), destacou que há tiroteios em áreas densamente povoadas, incluindo o uso de artilharia pesada. Um dos hospitais apoiados pelo CICV relatou a chegada de século feridos em unicamente 24 horas, forçando a geração de uma renque improvisada no estacionamento da unidade.

Segundo a ONU, campos de deslocados que abrigavam muro de 300 milénio pessoas foram esvaziados em poucas horas devido à proximidade dos combates. Os deslocados somam-se aos mais de 1 milhão de habitantes da cidade, que já sofre com infraestrutura precária e serviços sobrecarregados.

Os confrontos em Goma ocorrem depois o fracasso, em dezembro, de negociações mediadas por Angola entre a RDC e o Ruanda. As tropas ruandesas são acusadas de estribar os rebeldes do M23, que avançaram rapidamente sobre a cidade no último domingo.

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