BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Em plena campanha eleitoral, a Alemanha dá novos contornos à discussão sobre imigração no país. Um afegão de 28 anos, sem motivação aparente, usou uma faca de cozinha para hostilizar pessoas em um parque público, incluindo um grupo de crianças, em Aschaffenburg, na Baviera, na quarta-feira (22). Um menino de dois anos e um varão de 41 não resistiram aos ataques. Outras três pessoas ficaram feridas.
A nacionalidade do invasor habitou de um alerta da ocorrência da polícia sítio no X aos títulos de sites e jornais. A propriedade mais possante do invasor, no entanto, não era exatamente ser imigrante, mas uma pessoa com histórico de violência e desequilíbrio mental documentado. A petiz morta era de origem marroquina; entre os feridos, havia uma moçoila, também de dois anos, da Síria.
Uma vez que no caso do atropelamento de centenas de pessoas em um mercado de Natal, em Magdeburgo, em dezembro, a nacionalidade do envolvido mais confunde do que explica o ataque. O médico saudita que matou seis pessoas e feriu mais de 300 tinha situação regular e uma militância anti-Islã, voltada contra o regime de seu país de origem. Nas redes sociais, celebrava a subida da AfD, o partido de extrema direita. Promotores descartaram motivação política no ato.
O invasor desta semana, que entrou na Europa pela Bulgária, passou pela França e estava na Alemanha desde 2022, tinha solicitado a própria deportação. Ele já tinha sido recluso por porte de drogas e por ao menos três episódios de violência. Também passou por instituições de tratamento psiquiátrico.
Zero disso foi capaz de ao menos matizar o exposição político. O premiê Olaf Scholz falou em “ato de terror injustificável”, mesmo depois de a polícia sítio considerar ser improvável qualquer motivação política. O primeiro-ministro convocou um gabinete de crise. A ministra do Interno, Nancy Faeser, declarou que o sistema europeu de controle imigratório não está funcionando e que o “governo trabalha intensamente para deportar criminosos para o Afeganistão”.
Foi exatamente o que o líder parlamentar da AfD pediu ao comentar o ataque. Tino Chrupalla declarou que é preciso correr a deportação de solicitantes de asilo que são perigosos. Há tempos a {sigla}, que tem integrantes investigados por exposição de ódio e neonazismo, aponta que os políticos mais moderados estão absorvendo suas bandeiras mais populares. Medidas contra imigrantes lideram a lista.
Christian Lindner, do FDP, a {sigla} liberal, descreveu “um fracasso estatal” no incidente. Friedrich Merz, da CDU, que lidera as pesquisas eleitorais, pediu uma “apuração de responsabilidades” e falou de “fronteiras fechadas”. O governo do estado da Baviera, da CSU, {sigla} conservadora que trabalha em coalizão permanente com a CDU, falou da premência de rever os alojamentos para pessoas com transtorno mental.
A exceção foi o prefeito de Aschaffenburg, que preferiu fazer um alerta no lugar das palavras de ordem. “Não podemos e não devemos não atribuir o ato de um tipo a todo um grupo populacional”, disse Jürgen Herzing, notando “pensamentos de vingança” entre os moradores de sua cidade.
“Um ato terrível não deve desencadear uma lesma de violência e ódio”, afirmou o prefeito, durante uma cerimônia no parque Schöntal, sítio do ataque, divulgado por ser um sítio frequentado por usuários de drogas. O suspeito era um deles. “Temos que conviver com a percepção de que a segurança absoluta não é verosímil.”
O ato lembra um ataque irremissível com faca a transeuntes em Würzburg, em 2021. Um varão com histórico de transtorno mental usou uma faca contra pessoas que passavam no meio da cidade. Três mulheres morreram e outros nove ficaram feridos.
No ano pretérito, em Solingen, um sírio, também com faca, matou três pessoas e feriu outras oito. Levante incidente, porém, teve motivação política e chegou a ser reivindicado pelo Estado Islâmico. A ocorrência fez o governo Scholz assinar um controvertido pacote de segurança, que limita o porte de armas brancas no país e estabeleceu um maior controle nas fronteiras.
As eleições parlamentares alemãs ocorrem em 23 de fevereiro.