A Polícia Federalista (PF) pediu ao Supremo Tribunal Federalista (STF) que as investigações da Operação Overclean sobre o meandro de emendas parlamentares sejam transferidas ao gabinete do ministro Flávio Dino.

 

O interrogatório foi distribuído por sorteio ao ministro Kassio Nunes Marques no dia 17. Os investigadores defendem que Dino tem preferência para conduzir o caso porque ele é relator de outros processos sobre irregularidades na liberação de emendas parlamentares.

Porquê regra universal, os relatores no STF são definidos por sorteio. Uma ação ou investigação só é direcionada a um ministro quando ele já atua em casos que têm relação direta com o novo processo – é a chamada distribuição por prevenção.

Quando o interrogatório da Operação Overclean chegou ao STF, em 16 de janeiro, o ministro Edson Fachin, vice-presidente da Incisão, estava adiante do plantão judiciário. Ele considerou que não era o caso de prevenção.

Cabe agora ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federalista, indagar o pedido da PF e resolver se o interrogatório deve ser transferido ao gabinete de Flávio Dino.

Nesta terça, 12, Barroso pediu que a Secretaria Judiciária apresente parecer técnico sobre “eventual prevenção”. O presidente do STF também solicitou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, diga se concorda com a redistribuição.

Flávio Dino conduz com rigor a investigação sobre a distribuição das emendas parlamentares. O ministro congelou repasses e vem cobrando mais transparência na indicação dos recursos.

A Operação Overclean foi enviada ao STF por suspeita de envolvimento de parlamentares com privilégio de mesada. O STF é a instância competente para investigar deputados e senadores. O processo tramita em sigilo de Justiça.