O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira, 16, que a mulher dele, Michelle Bolsonaro, vai representá-lo próximo dia 20 na posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington. Bolsonaro teve o pedido de reembolso do passaporte refutado pelo ministro do Supremo Tribunal Federalista (STF), Alexandre de Moraes.
Em entrevista à Revista Oeste, o ex-presidente afirmou que Michelle viajará no sábado, dia 18, e “terá um tratamento bastante próprio” devido à “consideração” e à “amizade construída durante dois anos” entre ele e o presidente americano eleito.
“É geral quando você está no poder ter seus amigos, e, quando deixa o poder, 90% vai embora, quando não lhe viram as costas”, disse ainda Bolsonaro, afirmando que com Trump “isso não aconteceu”.
A resguardo do ex-presidente havia pedido a liberação de seu passaporte, alegando que Bolsonaro foi “honrado ao receber, diretamente do Comitê de Posse Presidencial, invitação formal” para participar das solenidades de posse nos EUA.
Nesta quinta-feira, a quatro dias da cerimônia, o ministro Alexandre de Moraes negou a reembolso do passaporte, apreendido desde fevereiro de 2024, quando o ex-presidente foi objectivo da Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela Polícia Federalista para investigar uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
Na decisão, Moraes ressaltou ter possibilidade de “tentativa de evasão” de Bolsonaro, “para se furtar à emprego da lei penal”. O ministro destacou que o ex-presidente vem defendendo a fuga do País e o asilo no exterior no caso dos condenados pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.
A decisão do ministro segue o parecer da Procuradoria-Universal da República (PGR), que não viu “interesse público” que justificasse a flexibilização da restrição imposta ao ex-chefe do Executivo, indiciado por delito de golpe de Estado. O superintendente do Ministério Público Federalista (MPF), Paulo Gonet, afirmou que a viagem pretendia “satisfazer interesse privado” de Bolsonaro, o que não é “imprescindível”.