SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Social do Rio de Janeiro abriu questionário nesta segunda-feira (13) para investigar uma provável falsificação da assinatura da cantora Adele em procurações relacionadas ao caso de plágio da melodia “Mulheres”, composta por Toninho Geraes. Os documentos foram apresentados pela Universal Music à Justiça para o processo, que acusa a fita “Million Years Ago” de reproduzir a formação eternizada na voz de Martinho da Vila.

 

Segundo a assessoria da Polícia Social, a investigação está em curso na 1ª DP, localizada na Terreiro Mauá, com agentes apurando os fatos sobre o caso. A resguardo da cantora e da Universal Music não se pronunciou sobre o caso.

A denúncia foi apresentada pela resguardo de Toninho Geraes e pode configurar crimes de falsificação de documento, falsidade ideológica e fraude processual. Jurista do compositor, Fredímio Trotta afirma que a procuração traz vestígios claros de adulteração, incluindo rasuras e entrelinhas inseridas à mão e um padrão divergente de assinaturas.

Trotta ainda diz que a Universal apresentou pareceres frágeis sobre o intensidade de semelhança das duas canções. Ele declara que os pareceristas reconhecem a similaridade entre as faixas até nas notas principais da melodia e na simetria, mas que a resguardo dos réus rebate que elas estão baseadas no chamado ciclo das quintas, bastante geral em composições eruditas porquê “Trenzinho Caipira”, de Heitor Villa-Lobos.

“Qualquer ouvinte que conheça ou destine oito minutos de seu tempo para confrontar essas músicas com ‘Mulheres’ ou com ‘Million Years Ago’ verá que não se parecem em zero”, diz o legisperito. “Ou seja, o próprio exemplo oferecido derruba os pareceres [apresentados].”

Em fevereiro do ano pretérito, Geraes protocolou um processo contra Adele. Ele pede R$ 1 milhão de indenização a ela, Greg Kurstin, o produtor da fita, e a três gravadoras que representam a obra da artista, entre as quais Sony e Universal, que têm sedes no Brasil.

No processo, também pede os direitos autorais da música, com juros e correção monetária, um valor que ainda é incalculável, por depender de dados sigilosos de vendas e audiência, aos quais a resguardo só terá entrada mediante um mandado judicial.

Na semana passada, a resguardo de Adele e da gravadora Sony Music fez um pedido de caução à Justiça do Rio de Janeiro, pedindo US$ 1 milhão para tapar os prejuízos que podem ser causados pela decisão liminar que pede a retirada da melodia “Million Years Ago” das plataformas digitais. A liminar, emitida no dia 15 de dezembro, proíbe a Sony de reproduzir ou comercializar a fita.