SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu com uma ligeiro queda nesta terça-feira (14), com os investidores aguardando dados de inflação dos Estados Unidos e o retorno do presidente eleito Donald Trump à Morada Branca, que ocorrerá na próxima segunda-feira (20).

 

Às 9h39, a moeda norte-americana caía 0,46%, cotada a R$ 6,069. Nesta segunda-feira (13), o dólar fechou próximo a firmeza, com variação negativa de 0,08%, a R$ 6,097, posteriormente uma sessão volátil marcada por dados de recorde nas exportações chinesas em 2024, sinalizações de novas medidas fiscais para 2025 e expectativa de piora na inflação.

A moeda norte-americana abriu a semana em subida, mas passou a desabar e começou a rondar a firmeza. Em seguida a divulgação dos dados sobre a inflação, firmou movimento de subida, mas reverteu ganhos ao termo da sessão.

Já a Bolsa fechou com ligeiro subida de 0,12%, aos 119.006 pontos, com uma sessão favorável para as ações da Petrobras e de bancos.

O boletim Focus, divulgado nesta segunda pelo BC (Banco Medial), mostrou que a mediana das expectativas para o IPCA (Índice Pátrio de Preços ao Consumidor Grande) em 2025 agora é de subida de 5%, diante de 4,99% na semana anterior.

Para o termo de 2026, a projeção para a inflação é de 4,05%, de 4,03% há uma semana.

O BC divulgou ainda uma novidade edição da lanço piloto da novidade pesquisa Firmus, que traz a percepção de empresas de fora do setor financeiro sobre seus negócios e as principais variáveis econômicas, apontando uma visão mais pessimista para a inflação nascente ano e no próximo.

O projeto piloto do Firmus tem coletas trimestrais e o resultado divulgado nesta segunda diz saudação à percepção apresentada em novembro por 136 empresas participantes.

De conformidade com os dados, as companhias projetavam em novembro que a inflação brasileira fechará 2025 em 4,20% na mediana das estimativas, supra dos 4% apontados no levantamento de agosto.

Em relação à atividade econômica, segundo a mediana da pesquisa Firmus, o PIB deste ano deve crescer 2%. Foi a primeira vez que as empresas foram questionadas sobre a atividade econômica para 2025.

A previsão ficou ligeiramente aquém dos 2,02% apontados no Focus desta semana.

Mais cedo nesta segunda, os investidores haviam reagido positivamente nesta sessão a promessas de que a equipe econômica do Ministério da Herdade apresentará novas medidas fiscais em 2025 para prometer a sustentabilidade do busto fiscal.

O mercado tem questionado a capacidade do governo de promover uma estabilização do endividamento público.

A suspeição aumentou e gerou volatilidade em preços de ativos depois que a equipe econômica anunciou no termo do ano um pacote de ajuste fiscal considerado insuficiente, apresentado em conjunto com uma proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000.

Na última sexta-feira, Haddad disse em entrevista à GloboNews que o governo segue estudando novas iniciativas para sanear as contas públicas, acrescentando que “só o que se faz” na Herdade é estudar novas iniciativas.

Já o secretário-executivo da Herdade, Dario Durigan, afirmou em entrevista ao jornal O Mundo que o governo deve adotar novas medidas fiscais neste ano.
De conformidade com Durigan, as novas propostas de namoro de despesas e arrecadação devem iniciar a ser debatidas posteriormente a aprovação pelo Congresso do Orçamento de 2025, informou O Mundo.

“Hoje o mercado está um pouco menos pessimista em relação ao fiscal, que já vimos notícias muito interessantes e melhora na perspectiva para 2025”, disse Eduardo Moutinho, comentador de mercados do Ebury Bank.

“Vejo uma força-tarefa do governo para melhorar a credibilidade em relação ao governo a termo de mostrar compromisso com o fiscal”, acrescentou.

Os agentes do mercado financeiro também acompanharam comentários do diretor de Política Econômica do Banco Medial, Diogo Guillen, em evento do Bradesco Asset, que disse que zero mudou na política do BC para atuação no câmbio.

Segundo Guillen, a meta de resultado primordial do governo federalista de 2024 tende a ser cumprida, considerando o limite subordinado estabelecido, mas o quadro fiscal ainda demanda atenção.

O diretor apontou que a percepção de mercado captada pelo BC no questionário pré-reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) piorou em relação à situação fiscal.

“Há incertezas em relação ao cumprimento das metas nos próximos anos e as projeções dos analistas indicam trajetória crescente da dívida”, disse.

Também afirmou ter pouca incerteza de que a política de juros da autonomia está em patamar contracionista e está indo para “bastante contracionista”.

Em sua reunião de dezembro, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, prevendo mais dois ajustes equivalentes em janeiro e março, o que levará a taxa a 14,25% ao ano, se confirmada essa orientação.

No cenário extrínseco, os investidores reagiram a notícia de que a China terminou 2024 com um recorde de exportações e atingiu pela primeira vez o patamar de 25 trilhões de yuans (R$ 20,81 trilhões), um aumento de 7,1% em relação ao ano anterior, de conformidade com informações de órgãos estatais.

Já as importações subiram 2,3% e foram a 18,39 trilhões de yuans (R$ 15,3 trilhões), segundo os dados divulgados pela emissora de televisão estatal CCTV nesta segunda-feira (13). O superávit da balança mercantil de 7,26 trilhões de yuans (quase US$ 1 trilhão) é o maior da história, sendo que um terço dele foi em negociações com os EUA.

As exportações têm sido um motor importante de incremento para a economia chinesa, que ainda está sobrecarregada por uma crise imobiliária prolongada e pela crédito instável do consumidor.

Ou por outra, os chineses e o mundo se preparam para o aumento dos riscos comerciais sob a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.

Trump, que retornará à Morada Branca na próxima semana, propôs tarifas pesadas sobre os produtos chineses, provocando temores de uma novidade guerra mercantil entre as duas superpotências.

As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) fecharam a segunda-feira em queda, principalmente entre os contratos com prazos mais curtos, refletindo expectativa de que o governo Lula possa adotar novas medidas na dimensão fiscal ao longo de 2025, uma vez que sinalizado por membros da equipe econômica em entrevistas recentes.

Na ponta longa da curva as taxas terminaram com leves ganhos, posteriormente o rendimento do Treasury de dez anos -referência global de investimentos – ter atingido o maior nível em 14 meses durante a sessão.

No termo da tarde a taxa do DI para julho de 2025 -um dos mais líquidos no curtíssimo prazo- estava em 14,005%, diante de o ajuste de 14,047% da sessão anterior.

Já a taxa do contrato para janeiro de 2026 marcava 14,955%, em baixa de 11 pontos-base diante de o ajuste de 15,069%, e o vencimento para janeiro de 2027 estava em 15,29%, em queda de 14 pontos-base diante de 15,425%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 15,22%, diante de 15,207% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 15,07%, em subida de 4 pontos-base diante de 15,035%.

Leia Também: Empurrado pelo pré-sal, petróleo assume topo da pauta de exportações