O zumbido, um sintoma incômodo descrito uma vez que apitos ou chiados no ouvido, afeta tapume de 28 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados da Livraria Virtual do Ministério da Saúde. No mundo, são mais de 278 milhões, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora não seja uma doença, o zumbido é um sinal de alerta para problemas sérios que podem comprometer a saúde.
O zumbido é a sensação de ouvir um soído extrínseco que parece viver, mas não está presente e pode afetar pessoas de todas as idades e estar relacionado a diversas causas, de exposição a barulhos intensos e o envelhecimento procedente até alterações metabólicas e hormonais. Nos jovens e adolescentes, o sintoma aparece, comumente, pelo uso excessivo de fones de ouvido.
Um estudo levado pela Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entrevistou 170 adolescentes de classe média/subida, em 2017, com idades entre 11 e 17 anos. Mais da metade dos adolescentes (54,7%) relataram ter percebido o zumbido nos últimos 12 meses. Entre eles, 51% afirmaram que o sintoma apareceu logo depois o uso prolongado de fones de ouvido ou depois saírem de locais excessivamente barulhentos, uma vez que festivais e shows de música. Outrossim, os testes auditivos indicaram que 28,8% dos jovens apresentaram níveis de zumbido semelhantes aos observados em adultos.
“O zumbido é um dos possíveis sintomas que indicam a perda auditiva, por isso é tão importante estar alerta. Os fones de ouvido são, inclusive, extremamente prejudiciais, porque, quando usados de forma errada, carregam sons de até 120 decibeis diretamente para o tímpano”, informa a fonoaudióloga profissional em reparação auditiva, Dra. Vanessa Gardini, da clínica Pró-Ouvir Aparelhos Auditivos, de Sorocaba (SP).
Ela explica que a audição humana suporta até 70 decibeis (dB), sem danos. Supra dessa medida há risco de lesão no aparelho auditivo. Sons supra ou perto de 110 dB já podem motivar dor imediata e danos permanentes em segundos. Os altos ruídos nos grandes centros urbanos podem chegar a alarmantes 90 dB.
A lista de fatores que podem levar alguém a sentir o zumbido é grande. Ele pode estar relacionado à infecção no ouvido, anemia, diabetes, estresse, tabagismo, doenças autoimunes, problemas na tireoide, uso de drogas, bebidas alcoólicas e medicamentos, doenças autoimunes, pressão subida, entre outras condições.
Para diagnosticar e compreender o tipo e a seriedade do zumbido, podem ser solicitados diferentes exames, uma vez que audiometria (para estimar a audição), acufenometria (que ajuda a identificar a frequência e a intensidade do zumbido) e exames de sangue.
“O zumbido pode gerar grande impacto emocional e social, afetando o sono, a concentração e o bem-estar universal do paciente”, afirma a fonoaudióloga. Ela explica que aparelhos auditivos modernos têm se mostrado eficazes, tanto para melhorar a audição, quanto para oferecer terapias sonoras que ajudam a mascarar o zumbido. Porém, além dos aparelhos e medicamentos, mudanças no estilo de vida também colaboram com a redução do zumbido.
“Ter uma sustento balanceada e praticar atividades para redução do estresse, por exemplo, podem ser recomendadas”, acrescentou a profissional, reiterando que o tratamento do zumbido varia de concórdia com suas causas.
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