As medianas das estimativas do mercado financeiro no relatório Focus do Banco Meão indicam que o Índice Vernáculo de Preços ao Consumidor Vasto (IPCA) deve somar 1,78% no primeiro trimestre de 2025. Se confirmada, seria a maior taxa trimestral desde o mesmo período de 2023, quando a inflação acumulada de janeiro a março foi de 2,09%.
A estimativa intermediária do Focus para o IPCA de janeiro continuou em zero, refletindo o impacto do bônus de Itaipu nas contas de vontade elétrica.
A projeção para fevereiro passou de 1,33% para 1,34%. O efeito do bônus já deve ser “devolvido” no mês.
A mediana para o IPCA de março subiu de 0,42% para 0,43%.
Mediana de IPCA no horizonte relevante da política monetária
O mercado financeiro ainda passou a esperar que a inflação acumulada em 12 meses até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, atinja 4,45%. Agora, a projeção está exclusivamente 0,05 ponto porcentual inferior do teto da meta, de 4,50%. Uma semana antes, era de 4,39%.
Os números foram calculados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com base nas medianas trimestrais de IPCA do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o relatório Focus.
O Banco Meão espera uma inflação de 4,0% no mesmo período, conforme o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
A subida das projeções do mercado ocorreu mesmo diante da expectativa de uma Selic média mais subida.
As medianas do sistema indicam que os juros vão subir a 14,25% até março, em risco com o forward guidance do BC.
Depois, o mercado espera altas de 0,50 ponto porcentual em maio e 0,25 ponto em junho, que levariam a taxa a 15% no término do ciclo.
As projeções do RTI consideram uma trajetória sensivelmente menor, na qual a Selic terminaria 2024 em 12,0% – contra os 12,25% efetivos – e estaria em 13,50% no término deste ano.
Porquê mostrou o Broadcast, alguns analistas do mercado consideram que o comportamento das expectativas de inflação será o leal da balança para a credibilidade do BC na gestão de Gabriel Galípolo, que assumiu o comando da autonomia em 1º de janeiro.