BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Um protesto organizado na manhã deste sábado (11) no Rio de Janeiro, em frente ao quartel do 1º Batalhão de Polícia do Tropa, pediu o tombamento do prédio, sítio onde funcionou o velho DOI-Codi, órgão de repressão política da ditadura militar.

 

Promovido pela ONG Rio de Silêncio, pela ABI (Associação Brasileira de Prelo) e pelo grupo Tortura Nunca Mais, o ato contou com a presença de políticos, militantes e parentes de presos que foram branco de tortura no sítio.

Foi nesse prédio que o ex-deputado Rubens Paiva, cuja história é contada no filme “Ainda Estou Cá”, foi visto pela última vez com vida.

Rubens Paiva, assim uma vez que outros 32 presos, desapareceu no sítio, segundo a Percentagem Vernáculo da Verdade. A percentagem ainda apontou que mais 15 tiveram a morte confirmada no DOI-Codi, que funcionou de 1970 a 1979 no sítio.

A teoria dos organizadores do ato é que o prédio seja tombado para que passe a funcionar no sítio um núcleo de memória contra os regimes de exceção. A inspiração é o Memorial da Resistência de São Paulo, inaugurado em 2009 no prédio do extinto Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
“A proposta de tombamento não visa ofender a instituição do Tropa, mas contribuir para que as próprias Forças Armadas se abram para a perspectiva de rever os crimes praticados por seus agentes dentro de suas organizações militares e que não se repitam nunca mais”, dizem as entidades.

Durante a revelação deste sábado foi lida uma epístola de Vera Paiva, primogênita de Rubens Paiva, na qual ela chamou o prédio de “um portal para o inferno”.

Procurado sobre a proposta de tombamento do sítio, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Vernáculo) não respondeu até a publicação deste texto.

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