Sucuri grávida morre atropelada e filhotes são expelidos em rodovia em MT

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Uma sucuri-verde (Eunectes murinus) prenhe morreu depois ser atropelada na rodovia MT-338, em Porto dos Gaúchos (MT), a 644 km de Cuiabá, nesta segunda-feira (6). O acidente resultou na expulsão de seus filhotes, registrada em imagens que chamam atenção pela quantidade que ficou espalhada na via.

 

De conciliação com o Ibama (Instituto Brasiliano do Meio Envolvente e dos Recursos Naturais Renováveis), aproximadamente 40 filhotes foram expelidos.

O agrônomo Adriano Próspero, que viajava para Cuiabá, encontrou o bicho, de aproximadamente oito metros de comprimento, e registrou o ocorrido em vídeo. As imagens foram posteriormente divulgadas por Ederson Negri Antonioli, possuinte do via no YouTube @ederfisherman, camarada do agrônomo.

“Eu vi um bicho, pensei que estava vivo e reduzi a velocidade. Quando cheguei, já estava morto. Parei o sege e fiz a filmagem. Com certeza aconteceu à noite, porque [o encontro] foi muito cedinho, portanto os filhotes já estavam mortos. Foi terrível, uma cena aterrorizante, uma perda inestimável mesmo”, conta ele.

Daniella França, doutora em zoologia e profissional em répteis e anfíbios, afirma que acidentes porquê esse são frequentes nas estradas brasileiras, afetando principalmente répteis e anfíbios.

Segundo ela, a sucuri-verde tem geralmente tapume de sete metros, mas alguns animais ultrapassam essa média, e as fêmeas são maiores do que os machos. No caso, o bicho poderia estar procurando um sítio próximo a um rio, riacho ou lagoa para dar à luz, já que as serpentes são semiaquáticas, explica França.

“O que vemos nas imagens são dezenas desses filhotinhos aparentemente quase prontos para nascer”, avalia.

“O veste de os filhotes terem ficado todos espalhados pelo asfalto pode ser devido a dois fatos distintos: o próprio atropelamento, que pode ter desimpedido um grande traumatismo na região ventral da fêmea, fazendo os filhotes escoaram naturalmente pela sinceridade, ou alguns podem ter saído pela latrina da mãe, pelo veste de os animais contraírem seus músculos no momento da morte”, completa.

As maiores fêmeas da espécie podem gestar até 60 filhotes dentro do seu corpo. Porquê são vivíparas, as serpentes não põem ovos. Os filhotes nascem prontos para sobreviver sozinhos, medindo tapume de 50 centímetros.

“A morte de uma fêmea prenhe assim, levando à morte de tantos filhotes ao mesmo tempo, gera um impacto ambiental incalculável, pois sucuris são predadores de topo de prisão, o que significa expressar que elas auxiliam no controle de populações de animais que, sem ajuda desta e de outras espécies porquê as onças-pintadas, podem fomentar impactos para as populações humanas”, destaca a profissional.

A espécie, de conciliação com o professor da Ufal (Universidade Federalista de Alagoas) Anderson Ferreira Carnaúba, não é venenosa. “Mas,em situações nas quais se sente ameaçada, poderá hostilizar”, conta.

O Ibama, em nota, lamentou o atropelamento da serpente e afirmou que, conforme a legislação ambiental brasileira, a concessionária da rodovia é responsável por implementar medidas de mitigação e indemnização dos impactos dessa natureza.

“O atropelamento de fauna silvestre em rodovias é uma das principais ameaças à biodiversidade brasileira, principalmente em áreas de grande riqueza ambiental, porquê o estado de Mato Grosso. A gestão ambiental de rodovias, sobretudo em trechos concessionados à iniciativa privada, é fundamental para mitigar os impactos desse tipo de ocorrência”, disse o órgão.