Corinthians: Augusto fecha 2024 nos braços da torcida em 1º ano de gangorra

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Augusto Melo viveu altos e baixos uma vez que presidente do Corinthians em seu primeiro ano de procuração. A temporada ficou marcada por um quase rebaixamentos e relações desgastadas com o Recomendação Deliberativo do clube, mas também por um extenso esteio da torcida no segundo semestre depois arranque histórica. A seguir, o UOL conta os detalhes da temporada do mandatário.

 

PAULISTÃO TRÁGICO E ERROS DA GESTÃO
O presidente iniciou a temporada referendando a frase “acabou a farra de Palmeiras e Flamengo”, dita por Rubão, ex-diretor de futebol do Corinthians. A frase repercutiu muito mal entre a torcida depois a primeira janela de transferências, considerada fraca, e virou meme.

No Paulistão, o Corinthians teve um início trágico, que culminou com a exoneração do técnico Mano Menezes. Foi a partir dali que os primeiros sinais de revolta da torcida realmente apareceram. A equipe alvinegra não se classificou para a temporada de mata-mata, ficou perto da zona de rebaixamento no Estadual, mas se salvou.

A decisão da exoneração foi tomada depois de Augusto Melo ter bancado o treinador, mesmo quarta guião consecutiva. Augusto chegou a proferir que Mano tinha contrato até 2025 e que estava trabalhando para que o técnico tivesse “condições melhores de trabalho”.

Fabinho Soldado, executivo de futebol, foi contratado por Augusto no dia 24 de janeiro, e chegou sob muita suspicácia. O ex-Flamengo ainda não tinha experiência em liderar todo um departamento de futebol, o que abriu espaço para novas reclamações de corintianos.

Em fevereiro, a gestão contratou António Oliveira, que era somente a segunda opção do clube. O Corinthians tinha todos os detalhes acertados com o técnico Márcio Zanardi, à quadra no São Bernardo, mas a contratação melou depois a diretoria alvinegra desvendar que ele não poderia comandar duas equipes diferentes em uma mesma edição do Paulistão, por conta de uma restrição do regulamento.

ESCÂNDALO, INVASÃO E DEMISSÃO

Nos meses seguintes, o caso Vai de Bet estourou outra “petardo” no pescoço do presidente. O ex-patrocínio multimilionário da moradia de apostas ao Corinthians entrou na mira da Polícia Social e do Ministério Público de São Paulo, por suspeitas sobre o intermediário da transação. O escândalo foi um ‘prato pleno’ para as críticas da torcida e de opositores da gestão.

Dentro de campo, as coisas continuavam mal. António Oliveira até emplacou algumas vitórias, mas teve dificuldade de gerar consistência na equipe, tanto pela falta de peças quanto pelas saídas de jogadores do elenco.

Cássio, um dos maiores ídolos do Corinthians, rescindiu contrato em maio para assinar com o Cruzeiro – o que gerou mais uma vaga de críticas à gestão. A escolha de Cássio em deixar o Corinthians foi motivada principalmente pelo desgaste emocional e com a diretoria.

Em junho, mais de 30 torcedores organizados do Corinthians invadiram a sala do presidente no Parque São Jorge, durante uma procura pelo diretor administrativo Marcelo Mariano. O dirigente, braço recta de Augusto, teve o nome envolvido no escândalo que culminou na rescisão do contrato com a Vai de Bet.

Por termo, o semestre acabou com António despedido em menos de cinco meses de trabalho. A motivação foi o péssimo início no Campeonato Brasiliano. O Corinthians ficou sem vencer por nove rodadas e chegou a ocupar a penúltima colocação da tábua.

JANELA SALVADORA E ARRANCADA

O primeiro ponto de viradela para a reputação de Augusto Melo foi a contratação de Ramón Díaz. O prateado chegou com ares de “salvador da pátria”, depois ter evitado o rebaixamento do Vasco em 2023. O voto de crédito no trabalho do treinador foi fundamental.

A chegada da Esportes da Sorte uma vez que patrocinadora máster do clube também foi um calmante para os nervos

Outrossim, depois inúmeras saídas e demissões na diretoria, Augusto finalmente ‘acertou’ mais a mão. Pedro Silveira, diretor financeiro, Vinicius Cascone, diretor jurídico, e Fabinho Soldado comandaram a janela de transferências do meio do ano.

Nove reforços foram contratados, sendo que seis atuaram na titularidade em qualquer momento. Memphis Depay foi o carro-chefe e gerou impacto midiático. O vestuário de ter o salário 100% bancado pela patrocinadora, a Esportes da Sorte, também foi uma agenda positiva para o presidente, que lida com uma dívida bilionária do clube.

O Corinthians teve uma arranque surpreendente no Campeonato Brasiliano, e Augusto virou “herói”. A equipe ainda passou por momentos de baixa, nas eliminações das competições de mata-mata (Despensa do Brasil e Sul-Americana), mas a recuperação nos pontos corridos evitou o rebaixamento e levou o time à pré-Libertadores.

FIEL ‘SE FECHA’ COM AUGUSTO

A política do Corinthians fervia, e o pedido de impeachment de Augusto foi revalidado, enquanto a situação melhorava nos gramados. O processo tramitou por meses no Recomendação Deliberativo do clube e ganhou fôlego depois as investigações da Polícia Social.

O esteio maciço da torcida por Augusto ratificou o oração de “golpe” adotado pelo mandatário. A mesma torcida que invadiu o clube social há alguns meses, levou faixas e entoou gritos contra os membros do Recomendação que iriam votar o impeachment do presidente. Augusto conseguiu suspender a reunião por uma liminar, que foi derrubada dias depois.

Em janeiro, uma novidade votação acontecerá. Os torcedores prometem comparecer mais uma vez para prestar esteio ao presidente.