Israel reivindica autoria de assassinato de líder do Hamas no Irã

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Resguardo israelense, Israel Katz, reconheceu nesta segunda-feira (23) que o homicídio do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, no Irã, foi concebido por Israel, e ameaçou degolar –palavras dele– também a cúpula dos rebeldes houthis no Iêmen.

 

“Atingiremos duramente os houthis, atacaremos suas infraestruturas estratégicas e decapitaremos sua cúpula, porquê fizemos com Haniyeh, [Yahya] Sinwar e [Hassan] Nasrallah em Teerã, Gaza e Líbano”, declarou Katz, na primeira recepção pública de que Israel esteve por trás do homicídio de Haniyeh na capital iraniana.

Os outros nomes citados são do encarregado militar do Hamas e arquiteto dos ataques que deram início à guerra na Fita de Gaza, morto em outubro deste ano; e ao líder do grupo libanês Hezbollah, sacerdote xiita morto nos periferia de Beirute em setembro.

A enunciação do chanceler, que pode acirrar mais as tensões entre Irã e Israel, foi proferida durante uma noite de homenagem a integrantes do Ministério da Resguardo isralense.

“Nós derrotamos o Hamas, derrotamos o Hezbollah, cegamos os sistemas de resguardo do Irã e danificamos os sistemas de produção, derrubamos o regime de Assad na Síria, desferimos um golpe severo no ‘eixo do mal’, e também desferiremos um golpe severo na organização terrorista houthi no Iêmen, que permanece porquê a última resistência”, disse Katz.

O grupo bravo pelo Irã no Iêmen tem atacado navios comerciais no mar Vermelho há mais de um ano para tentar impor um bloqueio naval a Israel em solidariedade aos palestinos na guerra na Fita de Gaza.

No final de julho, o líder político do Hamas foi morto em Teerã em um homicídio atribuído a Israel pelas autoridades iranianas. Não houve reivindicação direta de responsabilidade por Israel pelo homicídio de Haniyeh na quadra.

Haniyeh, que estava exilado no Qatar, havia sido o rosto da diplomacia internacional do Hamas enquanto a guerra desencadeada pelo ataque liderado pelo grupo terrorista a Israel em outubro de 2023 se intensificava em Gaza. Ele havia participado de negociações indiretas mediadas internacionalmente para compreender um cessar-fogo na Palestina.

Meses depois, as forças israelenses em Gaza mataram Yahya Sinwar, sucessor de Haniyeh e mentor do ataque de 7 de outubro de 2023 que impulsionou o conflito de décadas entre Israel e Palestina.

Fruto do grande campo de refugiados de Al-Shati, no setentrião da Fita de Gaza, Haniyeh combinava pragmatismo e moderação com uma retórica inflamada contra Israel. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, quando morreu, ele estava em uma moradia discreta que abriga veteranos da guerra do país com o Iraque, nos anos 1990, no setentrião de Teerã.

Melhor alojamento ele tinha em sua moradia, no Qatar, onde vivia um exílio luxuoso bancado pela reino sítio e, segundo os serviços de perceptibilidade israelenses, negócios imobiliários rentáveis que sua família mantinha em Gaza.

Ele se mudou definitivamente para o país do golfo Pérsico em 2019, dois anos depois de assumir a chefia da flanco política do Hamas. Era o principal líder da partido.