O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, indicou, em almoço com ministros nesta sexta-feira, 20, que quer uma espécie de pacificação entre seu governo e o mercado financeiro. Em uma inflexão de exposição, ele disse entender o motivo de as taxas de juros estarem altas – apesar de se incomodar com elas. Também mencionou que o governo não pode gastar mais do que arrecada.
Lula deu as indicações em pronunciamento que fez no evento, fechado à prensa, no Palácio da Alvorada.
As informações apuradas pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) contemplam o sentido das declarações, não as palavras exatas usadas pelo presidente.
O mercado financeiro tem demonstrado suspeição com a capacidade do governo de trinchar despesas. Nas últimas semanas houve uma escalada do dólar em relação ao real e esse receio da Faria Lima foi um dos motivos.
O almoço desta sexta-feira teve a participação do horizonte presidente do Banco Medial, Gabriel Galípolo. Lula gravou um vídeo com Galípolo em que dizia encarregar no próximo presidente da poder monetária e que não tentará fazer intervenções no órgão.
Galípolo e Lula têm ótima relação. Isso é um contraste com o atual presidente da poder monetária, Roberto Campos Neto.
O grupo político do petista identifica Campos Neto porquê bolsonarista. Tanto Lula quanto seus auxiliares criticaram o director do BC diversas vezes por culpa das taxas de juros.
A indicação de Lula sobre entender o motivo de os juros estarem altos podem sugerir uma relação menos conflituosa com a próxima diretoria da poder monetária.
O Banco Medial já indicou que haverá novos aumentos dos juros nos próximos meses.