WALTER PORTO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ensaísta e sátira cultural argentina Beatriz Sarlo morreu nesta terça-feira (17) aos 82 anos, em seguida semanas internada por motivo de um acidente vascular cerebral.
Sarlo foi uma das intelectuais mais relevantes da América Latina, responsável por uma revolução na sátira literária argentina e por formar gerações de professores e leitores.
Porquê pesquisadora e ensaísta, estudou a fundo as transformações socioculturais pelas quais passou seu país nos séculos 20 e 21, colaborando para reinventar conceitos uma vez que modernidade e pós-modernidade escrevendo a partir de experiências que reviraram a identidade argentina, uma vez que o peronismo e a ditadura militar.
Foi uma apoiadora sátira do kirchnerismo e vinha sendo opositora feroz de Javier Milei, mesmo estando afastada do debate público nos últimos anos. Em sua última entrevista, disse que ele introduziu “um exposição bestial” no país.
A autora publicou tapume de 30 livros durante uma curso prolífica de ensaísta, muitos deles editados e influentes no Brasil, uma vez que “Cenas da Vida Pós-Moderna”, “Modernidade Periférica”, “Jorge Luis Borges, um Repórter na Periferia”, “Sete Ensaios sobre Walter Benjamin e um Lampejo”, “Paisagens Imaginárias – Intelectuais, Arte e Meios de Informação”, “A Paixão e a Exceção: Borges, Eva Perón, Montoneros”.
Seu lançamento mais recente foi “Viagens: Da Amazônia às Malvinas”, conjunto de relatos de uma viagem que classificou uma vez que “guevarista” pela América do Sul, publicados virtualmente pela editora e-galáxia durante sua vinda para a Sarau Literária Internacional de Paraty, em 2015.
Sarlo esteve diversas vezes no Brasil, país com que tinha potente interlocução. Veio duas vezes para a Flip e foi uma das principais convidadas da sarau de nove anos detrás, quando fez a orifício sobre o homenageado, o modernista Mário de Andrade, ao lado de Eliane Robert Moraes e Eduardo Jardim, e outra mesa na programação principal com Alexandra Lucas Coelho.
A argentina escreveu para os principais jornais de seu país, uma vez que o Clarín e o La Nación, e dirigiu por três décadas a revista Punto de Vista, núcleo focal do debate de ideias do país, fundada em 1978 com parceiros uma vez que o noticiarista Ricardo Piglia.
Foi professora da Universidade de Buenos Aires, onde havia se formado em letras na juventude e ministrou cadeiras de literatura até se reformar em 2003. Também foi convidada a dar aulas em instituições internacionais uma vez que Columbia, Cambridge, Berkeley e Maryland.
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