LAIZ MENEZES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Soturno e mortífero, o cancro de pâncreas é um dos mais agressivos, com altas taxas de mortalidade. No Brasil, a estimativa do Inca (Instituto Vernáculo de Cancro) é de 10.980 novos casos anuais entre 2023 e 2025. Por não apresentar sintomas nos estágios iniciais, o diagnóstico precoce é um grande repto.
No Hospital A.C. Camargo, unidade privada que possui convênio com SUS (Sistema Único de Saúde), houve um aumento de 458,9% nas chances de sobrevida dos pacientes com cancro de pâncreas tratados na instituição entre os anos de 2000 e 2017. Os números positivos são associados à invenção da doença em estágios iniciais.
O pâncreas é uma glândula que faz secção tanto do sistema estomacal quanto do sistema endócrino. Na secção digestiva, a função do órgão é produzir enzimas pancreáticas que são liberadas no tripa magro para facilitar na digestão dos mantimentos. Já na secção e endócrina, ele auxilia produzindo hormônios que são liberados na fluente sanguínea para regular o metabolismo do corpo.
O cancro de pâncreas é caracterizado pelo incremento descontrolado de células malignas no pâncreas. Por ser um tipo de tumor ofensivo e revelado de forma muito tardia, o tempo de sobrevida é pequeno na maioria dos casos, aponta o oncologista Felipe Coimbra, líder do Meio de Referência de Tumores do Aparelho Estomacal Supino do A.C. Camargo. De entendimento com o Inca, a doença foi responsável por 6.022 óbitos em 2022.
Segundo o médico, a dificuldade de o paciente receber um diagnóstico precoce (nos estágios 1 e 2) está relacionada à exiguidade de sintomas específicos da doença quando ela ainda está em tempo inicial. Apesar disso, há alguns sinais que podem ser associados ao tumor.
“Alguns fatores de risco podem ser um alerta: perda de peso inexplicada, fadiga, piora ou surgimento súbito de diabetes, dor abdominal e/ou nas costas, icterícia (pele e olhos amarelados), ou histórico familiar de cancro de pâncreas”, explica Coimbra.
Em universal, desde os primeiros sintomas até o diagnóstico e tratamento, pode demorar vários meses. Pelo SUS, esse tempo pode ser ainda maior, já que os pacientes precisam entrar na fileira para atendimento em UBS (Unidade Básica de Saúde) e depois para diagnóstico e tratamento em hospitais especializados.
No A.C.Camargo, os médicos têm conseguido diagnosticar o cancro de pâncreas de forma precoce ao reduzir para 72 horas o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
Na unidade de saúde, a sobrevida é de 49,1% em pacientes que receberam o diagnóstico do cancro de pâncreas no estágio um. No dois, o percentual cai para 24,1%. No último, o tempo de sobrevivência fica em 2,8%.
O tratamento, segundo Felipe Coimbra, depende do estágio da doença, mas pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e abordagens multidisciplinares.
“Os grupos mais impactados pelo tumor são pessoas supra de 60 anos, fumantes, obesos, diabéticos, e outros com histórico familiar de cancro de pâncreas, pancreatite crônica ou aqueles com cistos do tipo mucinoso no órgão.”
A aposentada Roseli Patierno, 67, teve o diagnóstico de cancro de pâncreas ainda no estágio inicial posteriormente apresentar icterícia, caracterizada pelo amarelamento da pele. Inicialmente, a suspeita era de hepatite.
“Os exames mostraram um estreitamento das vias biliares. Durante o procedimento para emendar isso, os médicos identificaram o tumor no pâncreas”, explica.
Ela realizou oito sessões de quimioterapia para reduzir o tumor antes da cirurgia, marcada para janeiro. Por enquanto, o tratamento foi suspenso para permitir que o organização se recupere antes do procedimento.
“Os médicos disseram que por ter sido identificado cedo, o cancro ainda é considerado operável, o que aumenta as chances de sucesso”, afirma.
Para ela, o diagnóstico precoce foi importante. “Se estivesse mais avançado, talvez não fosse provável operar. Esse é um ponto positivo no meio de um cenário tão multíplice”, reflete.
“É um processo reptante, mas os médicos estão confiantes de que estamos no caminho perceptível. Minha expectativa é passar pela cirurgia e seguir o tratamento com o sumo de chances de sucesso.”
Quem também descobriu o cancro de pâncreas depois de perceber a pele amarelada foi a aposentada Michiko Sato Higuchi, 78. Mas no seu caso, também houve um ofuscação da urina e diferença na cor das fezes. De início, pensou que fosse qualquer problema na vesícula biliar, porquê cálculos biliares ou pólipos.
“Fiz uma sonância e foi constatado que realmente tinha um tumor. A gente fica totalmente desorientado com um diagnóstico desse. Não tinha esperança nenhuma”, conta.
Michiko passou pela cirurgia no pâncreas para remoção do tumor depois de sessões de quimioterapia que reduziram o tamanho do cancro para que o procedimento pudesse ser feito com mais segurança.
“Atualmente, porquê removi uma secção do pâncreas, tomo uma medicação, a pancreatina, que ajuda na digestão da comida. Quanto à sustento, não tive restrições, mas estou procurando me fomentar melhor, para restabelecer minha tamanho muscular, porque eu perdi aproximadamente 5 quilos com a doença.”
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