(FOLHAPRESS) – Faltando 43 dias para a volta de Donald Trump à Lar Branca, o presidente Volodimir Zelenski voltou a tutorar um término diplomático para a Guerra da Ucrânia nesta segunda (9). Novamente, tirou da cartola um projecto que dificilmente será aceito pela Rússia, que invadiu o vizinho há quase três anos.
Agora, o ucraniano diz que a guerra poderia ser encerrada, com a manutenção das atuais linhas de frente, com a ingressão de forças estrangeiras no seu território. Isso ocorreria mesmo sem a recepção de Kiev à Otan, a confederação militar ocidental.
A teoria sucede outra, ainda mais inexequível, que foi ignorada pela Otan em reunião de cúpula na semana passada. A versão anterior do projecto de Zelenski previa que a confederação convidasse a Ucrânia de forma parcial, levando em conta exclusivamente os murado de 80% do território que Kiev controla do país.
O clube militar deu de ombros e disse que o importante era continuar armando os ucranianos, e Zelenski ainda teve de ouvir uma reprimenda dos EUA, que cobraram a mobilização de mais soldados: Kiev só labareda para a guerra quem tem mais de 25 anos, e Washington sugeriu diminuir a barra para 18 anos.
O problema imprescindível das duas sugestões, que mesmo na novidade hipótese acabaria envolvendo forças da Otan, é que isso seria lido uma vez que uma enunciação de guerra por Vladimir Putin.
A teoria de mandar forças de forma individual já foi levantada antes pela França e pela Polônia, mas o roupa de que a cláusula de resguardo mútua da Otan acabaria por compelir o resto do grupo para o conflito acabou demovendo os países.
Aparentemente, os franceses podem ter induzido Zelenski a buscar novamente a fórmula, anunciada paós um encontro nesta segunda com líder da oposição alemã, Friedrich Merz, em Kiev. Na véspera, o ucraniano havia se encontrado em Paris com o presidente Emmanuel Macron e Trump, todos presentes à reabertura da catedral de Notre-Dame.
No mesmo domingo (8), Trump concedeu entrevista pedindo um cessar-fogo repentino e negociações para “ultimar com a loucura” da guerra. O americano já indicou que irá buscar forçar o término do conflito, o que é lido uma vez que a exigência para que Kiev ceda a Putin.
“A Ucrânia quer que essa guerra acaba mais do que ninguém. Sem incerteza, uma solução diplomática salvaria mais vida. Nós a buscamos”, disse Zelenski.
“Nós podemos pensar e trabalhar na posição de Emmanuel”, disse, sobre a teoria de forças estrangeiras na Ucrânia mesmo sem a recepção na confederação militar. “Mas precisamos ter um entendimento simples de quando iremos estar na União Europeia e na Otan.”
Tudo isso é uma guinada, que já havia sido registrada na semana passada quando Zelenski confirmou estar disposto a perfurar mão de territórios para ter um cessar-fogo, ainda que de forma temporária. Antes, ele não aceitava zero disso.
O problema para ele é que Putin não sinaliza concessões, oferecido o bom momento da Rússia neste ano em campo, com avanços em diversas áreas da frente de guerra, particularmente Donetsk (leste).
O russo já disse que só para a guerra se Kiev ceder integralmente os quatro territórios que ele declarou seus em 2022, se comprometer com neutralidade e se desarmar.
Se Zelenski já sinaliza fadiga e topa conversar sobre terreno, permanecer neutro e sem meios de resguardo parece ser uma lanço mais complicada. Isso dito, os lados têm conversado indiretamente de forma pontual, por meio de emissários que se encontram em locais uma vez que Doha.
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