O ditador sírio Bashar al-Assad, que governava o país há 24 anos, fugiu para Moscou depois rebeldes tomarem o controle da capital, Damasco. A informação foi divulgada neste domingo (8) por agências de notícias russas, citando fontes do Kremlin. Assad teria deixado a Síria em um voo fora do radar durante a madrugada, depois a Rússia conceder a ele asilo humanitário, segundo a sucursal Interfax.
A última aparição pública de Assad ocorreu há uma semana, quando rebeldes iniciaram a escalada para tomar o controle do setentrião de Aleppo. A conquista de Damasco pelos insurgentes consolidou a queda do regime, que durava desde o ano 2000. Nascente evento marca o término de uma dinastia que dominava a Síria há mais de cinco décadas, desde o governo de Hafez al-Assad, pai de Bashar.
Enquanto isso, o novo governo rebelde da Síria emitiu um enviado prometendo estabelecer um Estado livre, justo e democrático. No entanto, diplomatas estrangeiros em Damasco alertam para um vácuo de poder e uma falta de transparência sobre quem de traje lidera o país. Relatos locais apontam para caos e tensão generalizados, com diferentes facções disputando influência e controle.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a queda do regime de Assad porquê uma “oportunidade histórica para edificar um horizonte inabalável e pacífico” depois 14 anos de guerra social brutal. “O horizonte da Síria é uma questão que cabe aos sírios ordenar, e o meu enviado peculiar trabalhará com eles para esse término”, afirmou Guterres.
Apesar das promessas do novo governo, a comunidade internacional segue dividida sobre o papel dos líderes rebeldes, muitos dos quais foram classificados porquê terroristas por secção dos Estados Unidos. Há temores de que o vácuo de poder e a fragmentação política possam levar a uma radicalização ainda maior no país.
A guerra social na Síria começou em 2013, durante a repressão aos protestos da Primavera Arábico, e resultou em uma dez marcada por violência, deslocamentos em volume e crises humanitárias. A queda de Assad encerra um capítulo sombrio na história do país, mas também inaugura um período de incertezas. A transição para um novo governo será desafiadora, e o povo sírio enfrenta um caminho longo e incerto rumo à reconstrução e à silêncio.
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