Novos dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil está próximo de entender a meta de vacinação contra o HPV, causante do cancro de pescoço de útero. No ano pretérito, quase 85% do público-alvo já tinha sido vacinado e entre os adolescentes com 14 anos, a cobertura passou de 96%. 

Entre as crianças de 9 anos, o alcance ainda está aquém do desejado, com menos de 69% deles imunizados. A doença é o terceiro tumor mais incidente e a quarta maior desculpa de morte entre as mulheres brasileiras, com tapume de 17 milénio novos casos e 7 milénio óbitos anuais.

O objetivo do Ministério é chegar a 90% do público-alvo, formado por meninas e meninos de 9 a 14 anos. Para isso, é preciso aumentar a imunização nas crianças e adolescentes do sexo masculino: desde 2014, quando a vacinação contra o HPV começou no Brasil, a proporção de meninos que receberam uma ração da vacina foi 24,2 pontos percentuais menor do que a de meninas. 

Apesar da repercussão grave mais frequente do HPV ser o cancro de pescoço de útero, o vírus também pode motivar cancro no pênis, ânus, boca e gasganete. Ou por outra, a principal via de transmissão do vírus é a sexual, por isso a imunização dos meninos também é precípuo para evitar a disseminação do HPV.

De conformidade com o diretor do Programa Vernáculo de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, uma medida que ajudou a alavancar as coberturas foi o retorno da vacinação nas escolas. Ele explica que o público-alvo foi selecionado para prometer a imunização antes do início da vida sexual e do contato com o vírus, que é extremamente geral e infeccioso. 

Segundo ele, a vacina contra o HPV foi “injustiçada” pelas suspeitas de eventos adversos, apesar da investigação provar que eles não tinham relação com o imunizante.

“É uma vacina com uma tecnologia fantástica, com eficiência subida e segurança subida, que não tem evento de modificação orgânica importante. E agora ela é aplicada em exclusivamente uma ração, o que facilita a operação. Ela foi injustiçada e a gente precisa colocar ela de volta ao patamar que ela merece. É uma vacina que vai nos ajudar a expulsar o cancro de pescoço de útero”, complementou.

Gatti participou nesta sexta-feira (6) do II Simpósio Eliminação do Cancro do Pescoço do Útero no Brasil, no Rio de Janeiro, e anunciou também que o PNI vai investir na procura ativa de jovens de 15 a 19 anos que não tenham se vacinado contra o HPV. O Ministério da Saúde estima que sejam quase 3 milhões de pessoas, o que significa 21% da população nessa tira etária. Os estados com as maiores porcentagens de jovens não vacinados são: Rio de Janeiro, Acre, Província Federalista, Roraima e Amapá. 

“No SUS nós temos municípios que estão muito muito e municípios que não estão tão muito assim. Portanto, as estratégias precisam ser direcionadas e intensificadas para os municípios com as piores coberturas” explica o diretor do PNI. 

Segundo ele, a questão do entrada é muito importante, por desculpa do tamanho do Brasil. “Nós temos grandes cidades que têm a sua estrutura de saúde, mas dentro delas tem as periferias, as áreas mais empobrecidas… E o Brasil também tem áreas de difícil entrada, uma vez que a região amazônica, que representa um duelo logístico muito grande. Esse é um duelo e tanto e é preciso pensar estratégias pra aproveitar a ida até uma superfície ribeirinha e vacinar todo mundo”, complementa.

Eder Gatti também destacou o duelo da notícia e uma vez que os programas de vacinação nas escolas podem contribuir com isso: “Precisamos expressar: ‘olha, é uma vacina contra o cancro, que vai salvar vidas’ e prometer o entrada diferenciado, porque o jovem não vai para o posto, logo precisamos fortalecer a vacinação nas escolas”, alerta o diretor.