De empacotadoras da periferia a executivas, hoje elas ensinam marketing digital a jovens carentes

Helê e Edilaine, fundadoras da Liga Digital

De uma periferia do interior de São Paulo, Helê Moura, 33 anos, foi morar em uma favela na Zona Sul para fazer faculdade com bolsa de estudos. De família humilde, ela começou sua carreira como empacotadora de supermercado e hoje é especialista em marketing digital.

Atualmente, Helê é dona da A Liga Digital junto com a co-fundadora, Edilaine Godoi, 37 anos, que também veio de uma família humilde. Ela cresceu em uma periferia de Guarulhos e seus pais eram trabalhadores rurais. Assim como a Helê, Edi também iniciou sua jornada como empacotadora.

Depois de muitos estudos, as duas se tornaram executivas de sucesso. A Helê é Presidente do Comitê de Líderes de E-commerce e a Edilaine é Head de E-commerce numa importante farmacêutica. O segmento lhes deu a oportunidade de terem uma vida melhor para ajudarem suas famílias.

Helê e Edilaine, fundadoras da A Liga Digital
Helê e Edilaine. Foto: arquivo pessoal

Uma história de amor amor ao próximo

A Liga Digital nasceu com a força e a junção destes dois corações. O lançamento do projeto aconteceu no início de 2020, em meio à pandemia, com o objetivo de levar educação gratuita e de qualidade através de cursos de e-commerce, marketing digital e programação para jovens de baixa renda.

Em 2020 foram formados mais de 250 alunos em todo o Brasil. Nos cursos de 2021, o projeto já tem cerca de 300 jovens inscritos e cursando. Todos os cursos são pensados para que os alunos tenham mais chances de arrumar um emprego no mercado digital.

“Muito mais do que um curso, estamos levando uma perspectiva real de carreira e oportunidade de empreendedorismo”, explica Helê.

“Muitos dos nossos alunos começam a desenvolver lojas virtuais para o comércio local nas comunidades onde vivem. Isso é transformação digital na prática!”, concluiu.

Ainda segundo ela, muitos dos alunos estudam com a internet do vizinho, outros da padaria. Além disso, é comum alguns abrirem as câmeras no ônibus lotado e acompanharem as aulas em pé, se segurando para não cair.

Alunos da Liga Digital com seus certificados
Foto: arquivo pessoal

A Liga Digital ainda conta com um supertime de professores voluntários, os chamados “Heróis” e “Capitães”, como Alfredo Soares, sócio da Vtex; Igor Reis, diretor de Marketing da Warner Bros; Márcio Kumruian, fundador da Netshoes; Pedro Chiamulera, CEO do T. Group; e a cantora Wanessa Camargo.

Vida transformada

Gabriel Oliveira Sousa, 18 anos, estudou em escola pública e é da periferia de São Paulo. Ele cursou a Turma 1 E-commerce 2020 (1º semestre) e a Turma 2 Marketing Digital 2020 (2º semestre). Atualmente, trabalha na Flexdoc Tecnologia da Informação como analista de marketing.

Ele afirma que tanto o curso de marketing digital quanto o curso de e-commerce, assim como a experiência dele trabalhando diretamente na A Liga, em projetos de parceiros, o prepararam para conseguir a vaga.

Um dos “super-heróis” do projeto, o professor Ricardo Martins, notou a disposição de Gabriel nas aulas, sua curiosidade e disponibilidade para estudar, fazendo a ponte entre a empresa e Gabriel.

“Aprendi com ótimos alunos, professores e mentores. Pude ver de perto todo o ecossistema do e-commerce e do marketing por trás dele e colocar tudo em prática, trabalhando junto a grandes operações. A Liga Digital mudou para melhor um ano que poderia ter sido péssimo em relação a estudos e trabalho”, afirma Gabriel.

Gabriel Oliveira Sousa trabalhando como analista de Marketing
Foto: arquivo pessoal
Gabriel Oliveira Sousa agradecendo depois de receber seu certificado
Gabriel agradece em evento da A Liga depois de receber seu certificado. Foto: arquivo pessoal

O rapaz mora na Zona Sul de São Paulo e, pela primeira vez, visitou um centro comercial com A Liga Digital. Helê lembra que, naquele dia, Gabriel olhou em seus olhos no elevador e disse: “Nossa, imagina trabalhar aqui?!” Ali, ela entendeu que ele teria um futuro brilhante pela frente.

Ao empoderar um jovem de comunidade, permitimos que ele consiga uma primeira oportunidade de emprego num mercado que está crescendo bastante ou que ele empreenda e fortaleça toda a sua comunidade”, finaliza Helê.

alunos da A Liga Digital em evento
Foto: arquivo pessoal

“EU SEMPRE ME PERGUNTO, QUANTAS HELêS E EDIS NÃO ESTÃO POR AÍ NAS PERIFERIAS, APENAS ESPERANDO UMA OPORTUNIDADE PARA MUDAR AS SUAS VIDAS E CONSTRUIR UM FUTURO MELHOR?!”


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