Umas das maiores e mais importantes instituições financeiras do mundo, a Ernst & Young decidiu sair na frente na corrida pela inclusão e acaba de lançar um programa em Boston (EUA) para atrair funcionários autistas à equipe.
Fundada em 1989 no Reino Unido, a empresa hoje está presente nos quatro cantos do mundo e é uma das mais prestigiadas no setor. E agora tem dado mais um motivo para isso.
Jane Steinmetz, chefe do escritório de Boston, disse que o programa foi criado, porque, se encontrar um emprego durante a pandemia do novo coronavírus já é difícil, para pessoas com autismo ou outra desordem no desenvolvimento neurológico, o desafio é ainda maior.
Jake Bennett é uma destas pessoas. O jovem é formado em matemática e foi diagnosticado com síndrome de asperger leve ainda criança. O distúrbio afeta, sobretudo, o modo como as pessoas percebem o mundo e interagem com o outro, por isso, ele sempre enfrentou dificuldades para encontrar um emprego.
Foi quando sua madrasta o alertou sobre o programa 60 Minutes (“60 Minutos”, em português), da Ernst & Young.
O programa
Feito sob medida para pessoas como ele, o programa foi criado especialmente na filial de Boston, que abriga um dos Centros de Excelência Neuro-Diverso, projetado para fomentar a contratação de candidatos talentosos cujas desordens cognitivas – dislexia, autismo ou TDAH, por exemplo – podem prejudicá-los em entrevistas de emprego tradicionais que dependem de boas habilidades sociais.
Graças ao programa, Bennett foi contratado em janeiro e nunca mais precisará passar pela agonia de encontrar o primeiro emprego.
“Não é fácil começar um novo emprego, especialmente quando é seu primeiro emprego e está no meio de uma pandemia. A EY fez o possível para me acomodar”, diz orgulhoso.
De acordo com Jane, amais cinco pessoas serão contratadas através do programa. “Dói saber que eles têm dificuldade para encontrar emprego, porque o que trazem é um diferencial para a EY, para nossos clientes e para nossa comunidade empresarial“, explicou.
No entanto, o programa também existe em outras localidades, como na Filadélfia, onde foi implementado em 2016 por Hiren Shukla. Tudo começou quando ele tentava pensar em novas maneiras de impulsionar a inovação na empresa e ouviu uma conversa sobre neurodiversidade.
“Eu estava ouvindo como esses indivíduos são programados para pensar de forma diferente, que muitas vezes podem ver as coisas em padrões de maneiras que a maioria da população não consegue”, disse.
Diversidade global
Com seis destes centros até agora nos Estados Unidos, Canadá e Índia, mais de 150 pessoas ingressaram na EY por meio do programa 60 Minutos. O objetivo não poderia ser mais inspirador: evitar estigmatizar estas pessoas a partir da compreensão de que a neurodiversidade é uma força.
A Ernst & Young não é a única empresa que vem investindo em funcionários com desordens no desenvolvimento neurológico. Outras grandes instituições nas áreas de tecnologia e finanças, como Microsoft, SAP, JPMorgan Chase, Dell, IBM, Deloitte e Fidelity Investment também já perceberam que a chave para um mundo mais justo é inclusão e diversidade. 👏
Fonte: Boston Globe
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