(FOLHAPRESS) – O ministro da Lavoura, Carlos Fávaro, reagiu com indignação à decisão do Carrefour na França sobre a paralisação de compra da músculos brasileira e afirmou que, além de os produtores paralisarem a venda de músculos na rede vernáculo do grupo gálico, produtores de frango também estão seguindo o mesmo caminho.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Fávaro disse que a decisão tem o pedestal integral do ministério e da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), que reúne 43 empresas do setor no país, responsáveis por 98% da músculos negociada para mercados internacionais.
Ao se referir à decisão do presidente mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, que, na semana passada, anunciou a suspensão da compra de músculos de países do Mercosul, incluindo o Brasil, por suposta motivação sanitária e ambiental, o ministro classificou o ato uma vez que um “sem razão” e um pretexto protecionista.
“Isso é um sem razão. Se ele não quer comprar os produtos brasileiros, é simples, não compra. Se não quer comprar, diz que não quer. Agora, manifestar que não tem qualidade sanitária? Faz 40 anos que a França compra músculos do Brasil. E faz isso agora? Isso nós não vamos consentir, porque o que nós temos de mais valioso é a qualidade sanitária da nossa músculos. É isso que nos abriu tantos mercados no mundo”, disse Fávaro.
A França tem uma participação de exclusivamente 0,5% da venda internacional da músculos brasileira. A União Europeia soma entre 3,5% a 5%.
Grandes frigoríficos, uma vez que JBS e Masterboi, já anunciaram a paralisação de venda de músculos para o Carrefour no Brasil, mas, segundo o ministro, o posicionamento tem o pedestal de todo o setor. “A reação dos frigoríficos tem nosso pedestal. Se o Brasil não serve para colocar a músculos brasileira colocar na gôndola do Carrefour na França, não serve para colocar na gôndola do Carrefour no Brasil”, comentou.
Na semana passada, o Carrefour Brasil informou que “zero muda nas operações do país” e que a rede continuava comprando músculos de produtores locais.
O ministro Carlos Fávaro disse à Folha de S.Paulo que várias indústrias de frango decidiram que também não vão vender para o Carrefour na França, enquanto não houver uma retratação global da empresa.
“Eles tocaram em um tanto que é sagrado, que é a qualidade sanitária de nossas carnes. Isso nós não admitimos, porque é o que temos de mais valioso. Não é pelo que eles vão comprar. Repito. Se não quiserem comprar, não comprem. Nós vendemos para 170 países. Temos a garantia do que entregamos”, afirmou Fávaro.
“Quando a França começa a falar e duvidar da nossa músculos, querendo fazer embargo econômico através de pretextos sanitários e ambientais, nós vamos ter a sobrançaria de responder. Não vamos consentir que questionem a qualidade da nossa músculos.”
Segundo o ministro, a França é o único país que está trazendo dificuldades para a retomada do entendimento entre Mercosul e União Europeia, o qual criaria a maior zona de livre negócio do mundo. A estimativa é de que esse entendimento criaria um mercado generalidade de 780 milhões de pessoas e um fluxo de negócio de até R$ 274 bilhões em produtos manufaturados e agrícolas.
“Eu estou te falando. Não quer comprar, não compre, não tem nenhum problema. A França representa 0,5% da nossa venda internacional. Agora, não venha arrumar pretexto e, em hipótese alguma, falar da qualidade sanitária e ambiental de nossas carnes”, disse o ministro.
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