SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha, são referências no teatro, televisão e cinema brasílio há décadas. Leste ano, chamaram a atenção por seus papéis “Ainda Estou Cá”, filme de Walter Salles que representa o Brasil na corrida pelo Oscar de melhor filme estrangeiro no ano que vem.
Torres também é cotada para repetir o feito da mãe, indicada ao prêmio de melhor atriz por “Médio do Brasil”, também dirigido por Salles, em 1999.
O novo longa, sucesso de bilheteria no país, é fundamentado no livro homônimo de Marcello Rubens Paiva, e conta a história da sua família, centrada na figura de Eunice Paiva, papel de Torres. Depois o desaparecimento do patriarca, o ex-deputado Rubens Paiva, pela ditadura militar, ela tem de tomar as rédeas da situação enquanto tenta proteger os seus filhos.
Mas, entre os encontros entre “Fernandona” e “Fernandinha”, “Ainda Estou Cá” é mais um ponto numa parceria que se estende há décadas, de novelas uma vez que “Baila Comigo” à peça “The Flash and Crash Days”, dirigida por Gerald Thomas.
Confira inferior uma lista das principais obras que uniram mãe e filha.
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BAILA COMIGO
A primeira romance de Fernanda Torres também contava com sua mãe no elenco. “Baila Comigo”, romance de Manoel Carlos exibida em 1981 pela TV Orbe, contava com uma verdadeira reunião de família. Torres vivia Fauna, mana de Flora -Narjara Turetta- e Montengro Sílvia Toledo, ex-atriz aposentada. Já o papel de Plínio Miranda era de Fernando Torres, pai e marido da dupla.
BRILHANTE
No mesmo ano de “Baila Comigo”, o duo participou de “Sumptuoso”, a romance das oito que a sucedeu. As Fernandas eram filha e avó da família Newmann, proprietária de uma empresa de fabricação de joias. Torres era Marília, jovem rebelde e mimada, e Montenegro Chica Newmann, com quem ela vivia em atrito.
FOGO E PAIXÃO
Dirigida e escrita por Marcio Kogan e Isay Weinfield, essa comédia de 1988 conta a história de um grupo de turistas excêntricos que passeiam por uma cidade da América Latina não nomeada. Torres e Montenegro fizeram participações especiais, uma vez que uma mulher comendo uma maçã e a rainha do forte, respectivamente.
O longa também conta com outras participações especiais com ícones da cultura brasileira: Rita Lee e Roberto de Roble vivem namorados, Regina Casé é a primeira-dama e Zezé Macedo uma socialite.
THE FLASH AND CRASH DAYS
Polêmico, ousado e intenso, essa peça de Gerald Thomas colocou Torres e Montenegro em oposição. Estreada no Rio de Janeiro em 1991, ficou em papeleta durante 1992 com apresentações por diversas cidades do Brasil.
A provocação -com palavras de grave gíria e referências sexuais- levou metade da plateia do primeiro Festival de Teatro de Curtiba a trespassar indignada da Ópera do Arame.
A COMÉDIA DA VIDA PRIVADA
Torres e Montenegro participaram da série, feita entre 1995 e 1997. Baseada em contos de Luis Fernando Veríssimo, cada incidente trazia uma trama dissemelhante, em torno de conflitos rotineiros. A filha participou de cinco episódios, enquanto sua mãe de dois.
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?
O filme de 1997, dirigido por Bruno Barreto, é inspirado pelo livro de Fernando Gabeira, publicado em 1979, que conta uma versão ficcionalizada da história do sequestro do legado dos Estados Unidos, Charles Burke Elbrick, em 1969.
O filme também traz Selton Mello, que vive César, militante da luta armada contra a ditadura militar. Quando ele é recluso, seu companheiro Fernando decide negociar sua liberdade sequestrando o legado. Fernanda Torres vive uma das militantes, Maria, enquanto sua mãe faz o papel da esposa de um militar, Margarida.
GÊMEAS
Dirigido pelo marido de Fernanda Torres, Andrucha Waddington, o filme de 1999 conta a história de gêmeas, Iara e Marilena, vividas por Torres. O atrito começa quando ambas se apaixonam pelo mesmo varão e, assim, passam a lutar pelo seu afeto. Montenegro faz o papel da mãe das irmãs, enquanto Francisco Cuoco é o pai.
O suspense é fundamentado em uma história de Nelson Rodrigues. Por sua atuação, Torres venceu o prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília.
REDENTOR
Neste filme de 2004, as Fernandas também fazem o papel de uma personagem, dona Isaura, em diferentes momentos da vida. O roteiro é de Cláudio Torres -também fruto de Montenegro-, Fernanda Torres e Elena Soárez.
Na trama, um jornalista decide se vingar de um ex-amigo tal qual pai aplicou vários golpes, inclusive em seus pais. Mas ele acaba se envolvendo em uma complexa rede de disputa e prevaricação.
CASA DE AREIA
Também dirigido por Andrucha Waddington, o drama de 2005 conta a história de Vasco, papel de Ruy Guerra, sua esposa Áurea, vivida por Torres, e sua mãe, Dona Maria, que é Fernanda Montenegro. Eles emigram para terras prósperas compradas pelo rapaz, mas descobrem que o lugar é inóspito. Depois a morte de Vasco, Áurea e Maria ficam sozinhas e precisam sobreviver por conta própria.
Mãe e filha foram indicadas uma vez que melhor atriz no Grande Prêmio do Cinema Brasiliano de 2006, e tanto as atuações quanto o filme em si foram indicados a vários prêmios, inclusive internacionais, uma vez que o Festival Sundance, nos Estados Unidos. Nos festivais de Lima e Guadalajara, venceu nas categorias de melhor atriz e prêmio do público, respectivamente.
‘AMOR E SORTE’ E ‘GILDA, LÚCIA E O BODE’
Gravada durante a pandemia de Covid-19, essa minissérie de 2020 conta em cada incidente um enredo sobre os impactos na vida das pessoas devido à quarentena. Em um destes, Torres e Montenegro vivem Lúcia e Gilda, que precisam aprender a conviver juntas novamente.
O incidente da dupla fez tanto sucesso que rendeu um próprio de termo de ano da emissora, a TV Orbe. O spin-off acompanha os desdobramentos das vidas das personagens em seguida a exoneração de Lúcia.
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