Avião é atingido por tiros ao tentar pousar na capital do Haiti

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um voo da Spirit Airlines com fado à capital haitiana, Porto Príncipe, foi atingido por disparos nesta segunda-feira (11), forçando-o a ser desviado para a vizinha República Dominicana.

 

A Spirit Save afirmou em um transmitido que o avião foi danificado e retirado de operação ao pousar na cidade de Santiago, no setentrião da República Dominicana.

Um comissário de bordo ficou ferido no incidente, informou a Spirit. O Miami Herald havia relatado que o comissário foi atingido de raspão por uma projéctil.

Nenhum passageiro ficou ferido, acrescentou a Spirit.

Um vídeo que circula nas redes sociais, que parece ter sido feito por um funcionário da Spirit, mostra que a projéctil atravessou perto da porta de saída traseira e atingiu o divisão superior do outro lado do galeria.

Todos os voos de ingresso e saída do Aeroporto Internacional Toussaint Louverture em Porto Príncipe foram suspensos, informou a embaixada dos EUA na pátria caribenha em um aviso de viagem.

A embaixada “está cônscio dos esforços liderados por gangues para bloquear viagens de e para Porto Príncipe, o que pode incluir violência armada e interrupções em estradas, portos e aeroportos”, afirmou.

A Spirit disse que suspendeu os voos para Porto Príncipe e Cap-Haitien, no setentrião do Haiti, “aguardando uma avaliação mais aprofundada”.

A JetBlue e a American Airlines cancelaram voos até quinta-feira (14), disseram separadamente a empresas, que vão monitorar a situação para mandar se mais cancelamentos serão necessários.

Os passageiros a bordo do voo da Spirit na segunda-feira serão levados de volta em outra avião para Fort Lauderdale, de onde o voo partiu, informou a Spirit.

Gangues armadas na capital do Haiti dispararam contra aeronaves nas últimas semanas à medida que a situação de segurança se deteriorava no país. No mês pretérito, um helicóptero da ONU foi atingido por tiros sobre Porto Príncipe.

O empresário Alix Didier Fils-Aimé se tornou, nesta segunda, o novo primeiro-ministro do Haiti prometendo tranquilidade e segurança para o conturbado país caribenho, depois que o parecer presidencial de transição depôs seu predecessor, exclusivamente cinco meses depois de nomeá-lo.

Fils-Aimé, de 52 anos, foi empossado em uma cerimônia realizada em Porto Príncipe em substituição a Garry Conille, que enfrentou durante duas semanas o parecer pelo controle do governo.

Em seu primeiro exposição, o premiê Fils-Aimé prometeu destinar toda a sua pujança para salvar um país devastado pela violência das gangues.

“A primeira tarefa imprescindível e que condiciona o sucesso da transição é o restabelecimento da segurança”, declarou. “O povo haitiano merece a tranquilidade, a firmeza e um desenvolvimento sustentável”.

O parecer presidencial de nove membros -formado em abril mediante um pacto entre partidos políticos e a sociedade civil- assumiu as rédeas do país depois a deposição do impopular primeiro-ministro Ariel Henry em plena crise de segurança, com a promessa de frear as gangues criminosas que agem no país.

Ao assumir o função, Fils-Aimé se comprometeu a sofrear a violência das gangues que assolam o Haiti, a conduzir o país rumo às primeiras eleições desde 2016 e a nomear um primeiro-ministro primeiro de um governo interino.
Conille tentou evitar sua destituição alegando que o parecer presidencial não tinha poder para derrubá-lo, o que só poderia ser feito por um Parlamento, um órgão legislativo que o país não possui.

A troca de premiê abre um novo período de incertezas na pátria caribenha, que não teve nenhum dirigente eleito desde o homicídio de Jovenel Moise em 2021, e que há décadas sofre com a violência das gangues, a pobreza e a instabilidade política.

A decisão de destituir Conille, um médico de 58 anos que já havia sido primeiro-ministro durante seis meses entre 2011 e 2012, ocorreu depois semanas de conflito entre o dirigente e o parecer de transição.

Uma força internacional, apoiada pela ONU e em grande secção financiada por Washington, foi mobilizada para ajudar a polícia haitiana na luta contra as gangues.

Porém, meses depois da chegada de seus primeiros integrantes, a missão tem demorado a apresentar resultados visíveis frente a quadrilhas muito armadas e organizadas.

Segundo um informe recente da ONU, entre janeiro e junho de 2024 houve mais de 3.600 homicídios e 1.100 sequestros no Haiti.

O documento das Nações Unidas também indica que as gangues adaptaram suas ações à mobilização da força internacional, composta por muro de 400 policiais e militares, quenianos em sua maioria.

A violência obrigou mais de 700 milénio pessoas -metade delas crianças a abandonarem seus lares, segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações).