Em greve de fome, Evo acusa governo da Bolívia de rejeitar sua proposta de diálogo

COCHABAMBA, BOLÍVIA (FOLHAPRESS) – No segundo dia de greve de penúria, no domingo (3), o ex-presidente boliviano Evo Morales acusou o governo do seu ex-aliado, Luis Arce, de ter rejeitado sua proposta de diálogo para perfazer com quase um mês de protestos, que na sexta-feira (1º) resultaram na tomada de 200 soldados uma vez que reféns e do qual paradeiro ainda é incógnito.

 

“(Pedi) uma conversa imediata e que duas mesas de diálogo sejam instaladas”, disse Evo no domingo em breve entrevista à AFP. “E a resposta do governo foi estancar mais de 50 manifestantes.”

No dia 14 de outubro, seus apoiadores começaram a bloquear as principais rodovias da Bolívia para exigir o “termo da perseguição judicial” contra o ex-presidente, que é investigado por suposto ataque de uma menor de idade.

Na Argentina, a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, afirmou no sábado que o governo de seu país apresentou denúncia contra Evo, sob a denúncia de que ele supostamente conviveu com quatro menores durante o período do asilo político outorgado pelo ex-presidente prateado Alberto Fernández.

Na sexta passada, a polícia conseguiu perfazer com um bloqueio em Parotani, uma extensão crucial na rodovia que liga Cochabamba a La Tranquilidade, em um dia que terminou com 19 policiais feridos e 66 civis detidos.

Ao menos 55 presos foram levados para a capital e serão investigados por terrorismo, revolta armada, tráfico de armas, entre outros supostos crimes.

A tensão aumentou quando 200 militares foram tomados uma vez que reféns em três quartéis por partidários de Evo em Cochabamba, seu reduto político, segundo um expedido do Ministério das Relações Exteriores da Bolívia.

No domingo, o Ministério da Resguardo condenou “energicamente a tomada armada e violenta de unidades militares”, sem especificar a situação deles.

Os apoiadores de Evo também exigem soluções para a crise econômica e a repúdio do presidente Luis Arce, ex-aliado e ministro durante seus mandatos (2006 a 2019)

“Estas pessoas reagem. [Haverá] mais reação. É uma perseguição totalidade”, afirmou Evo durante a entrevista.

O ex-presidente de 65 anos disse que iniciou uma greve de penúria na sexta-feira para pedir ao governo “que pare com a repressão” e que seus partidários aceitem uma trégua nos bloqueios das estradas.

Quando anunciou o jejum de protesto, o líder de etnia aimara disse que propôs uma mesa de diálogo para discutir “a questão econômica” e outra para “a questão política”, com a participação de organismos de “países amigos”.

Na primeira, ele espera um debate de propostas para solucionar a crise provocada pela falta de dólares. Na segunda, propõe abordar a situação de “dirigentes detidos injustamente” durante as manifestações.