Lula defende multilateralismo sem rompimento no Brics

(FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) defendeu, em exposição na cúpula dos Brics nesta quarta (23), que o conjunto deve ser um instrumento do multilateralismo sem que isso signifique um rompimento com outros países.

 

O petista falou por meio de videoconferência, já que não compareceu à cidade russa de Kazan por recomendação médica, posteriormente escadeirar a cabeça numa queda. O chanceler Mauro Vieira o representou.
Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos. Mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida farta, trabalho digno e escolas e hospitais públicos de aproximação universal e de qualidade”, afirmou.

A diplomacia brasileira tem tentado evitar que o Brics, expandido de 4 para 9 membros na reunião do ano pretérito na África do Sul, seja engolido porquê um instrumento de pressão política da China e de sua aliada Rússia.

Isso se refletiu até na escolha de termos. Lula, assim porquê outros presentes, falou em substanciar o chamado Sul Global, denominação alguma coisa esotérica que coloca no mesmo esconderijo países com agendas diferentes do macróbio mundo emergente.

Putin, por sua vez, insiste em manifestar “Sul Global e Leste Global”, para substanciar geograficamente a noção de que Rússia e China estão representadas.

Isso dito, ele retomou as usuais críticas aos países ricos foi semelhante ao falar do tema da desdolarização, um libido frequente dos países do conjunto, ainda que por motivos diferentes.

O anfitrião, Valdimir Putin, defende por exemplo a geração de mecanismos de trocas em moedas locais dos membros do Brics porque está despegado do sistema financeiro global desde que invadiu a Ucrânia, em 2022.

“Agora é chegada a hora de proceder na geração de meios de pagamento alternativos para transações entre nossos países. Não se trata de substituir nossas moedas. Mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”, disse.

“Essa discussão precisa ser enfrentada com seriedade, cautela e solidez técnica, mas não pode ser mais adiada”, completou, sem reportar o vestuário de que o dólar responde por talvez 70% do transacção mundial e que o sistema internacional de trocas é de difícil manejo.

O petista repetiu críticas que já fez a Israel, lembrando a frase do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que afirmou na ONU que “Gaza se tornou um cemitério de crianças”. Não vai lucrar nenhum ponto para Lula no Estado judeu, mas o vestuário é que o Brasil e sua posição histórica pró-palestinos já reduziu a zero seu prestígio por lá.

“Evitar uma escalada e iniciar negociações de tranquilidade também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia. No momento em que enfrentamos duas guerras com potencial de se tornarem globais, é fundamental resgatar nossa capacidade de trabalhar juntos em prol de objetivos comuns”, afirmou.,

Defendeu o diálogo na mesma traço que havia sido adotada pelo seu colega chinês, Xi Jinping. O Brasil e a China são signatários de uma proposta de cúpula de tranquilidade sobre o tema.

Ele também falou em taxação de ricos, um de seus temas prediletos recentemente, e no “apartheid” na distribuição global de vacinas e medicamentos, à luz da pandemia de Covid-19.

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