Christiane Torloni lembra casos sobrenaturais durante ‘A Viagem’

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Não foi fácil para Christiane Torloni participar de “A Viagem”, há exatos 30 anos, na Orbe. Em entrevista a Pedro Bial exibida na madrugada desta sexta (11), ela lembrou de episódios ocorridos em seu apartamento na era das gravações da romance que a deixaram desconfortável.

 

“Estava morando provisoriamente num apartamento daqueles antigos (). De noite, a mansão não ficava em tranquilidade. Eu estava morando sozinha, e o quarto 1 e o quarto 2 ficavam apitando. Caíam coisas na sala”.

Ela disse que nunca foi uma pessoa “sensível”, mas, neste caso, resolveu pedir ajuda. A atriz procurou Wolf Maia, diretor da romance, “que é de uma família espírita muito tradicional de Goiás”.

“Falei: ‘Wolf, a gente pediu licença para fazer esse trabalho?’. Porque acredito nessas coisas. Quando a gente vai trabalhar com coisas reais, mesmo, você tem que fazer uma mentalização.”

Torloni prosseguiu: “Disse: ‘Preciso fazer alguma coisa, estou tão cansada, chega na hora de dormir e a mansão vira as coisas caem e tal.’ Aquilo começou a me incomodar, mais do que assustar.”

“E o que você fez?”, quis saber Bial. A solução proposta, lembrou a atriz, foi a realização de um encontro de reza na mansão. “Eu fiquei quietinha lá, eles oraram, me concentrei, e parou”, contou. Ela também falou sobre as cartas que recebia durante a exibição de “A viagem”.

“A maioria era psicografada. Diziam: ‘Fica calma, tá tudo muito, esse trabalho precisa ser feito, vai confortar as pessoas, estão acalmando'”, contou. “Eu orava. Essa é a nossa utensílio.”

Em uma live durante a pandemia, Torloni disse que até sua participação na romance teria relação com o espiritismo.

“Eu estava vivendo fora do país, numa espécie de retiro, porque meu rebento tinha morrido há muito pouco tempo. Fui apresentada à teoria espírita, nessa era, pelo cantor Roberto Leal, que me deu um livro de Alan Kardec. Logo, ‘A Viagem’ começou para mim antes. Eu voltei para o Brasil pelo caminho do espiritismo, foi a romance que me trouxe. Essas coisas foram fazendo sentido para mim ao longo do tempo”, disse, à era.

Escrita por Ivani Ribeiro, a romance, disponível no Meato Viva, gira em torno de Alexandre (Guilherme Fontes), jovem rico, viciado em álcool e drogas, que mata o tesoureiro da empresa de sua família depois ser pego roubando o cofre.
Diná (Christiane Torloni), sua mana, é a única a protegê-lo e recorre ao jurisperito criminalista Otávio Jordão (Antonio Fagundes), colega do tesoureiro assassinado, que se nega a tutorar Alexandre.

Réprobo, voto vingança a todos que julga serem responsáveis por seu trágico término e se mata na cárcere. Na era de sua exibição, “A Viagem” foi um dos folhetins de maior audiência da emissora.