Um avião da Voepass, que saiu de Rio Verde, em Goiás, com destino ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, teve de aterrissar em Uberlândia, Minas Gerais, por volta das 19h15 desta quinta-feira, 15, após declarar situação de emergência.
Em nota, a companhia aérea diz que se tratou de “um pouso técnico” após identificação de “uma questão técnica” no voo PTB 2211. A Voepass afirmou ainda que o avião pousou com todos os sistemas operacionais em funcionamento, e disse que os 38 passageiros “serão reacomodados para seguirem até o destino”.
Na última sexta, 9, uma aeronave da mesma empresa, um modelo ATR 72-500, caiu em Vinhedo (interior de São Paulo) com 62 pessoas a bordo, sendo 58 passageiros e quatro tripulantes. Ninguém sobreviveu.
A concessionária Aena, que administra o aeroporto Tenente Coronel Aviador César Bombonato, em Uberlândia, informou que o avião da Voepass aterrissou no terminal da cidade mineira após declarar emergência 20 minutos antes.
“O voo da Voepass PTB-2211 declarou emergência às 18h54 e pousou no Aeroporto de Uberlândia às 19h14. O aeroporto destinou todos os recursos do Plano de Emergência para atender a operação, mas não houve necessidade de ativação e todos os passageiros desembarcaram com segurança, sem necessidade de atendimentos médicos”, disse a concessionária, em nota.
A aeronave, de prefixo PSVPA, é de um modelo ATR-72-212A (600). Segundo informações no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência de Aviação Civil (Anac), o avião foi fabricado em 2015, pela empresa ATR – Gie Vions de Transport Régional.
Suspensão de voos
Na última terça-feira, a Voepass suspendeu todos os voos para Fernando de Noronha, em Pernambuco, até o dia 31 de agosto.
No site da companhia aérea, todas as simulações de viagens feitas a partir da rota que integra as cidades de Fortaleza e Juazeiro do Norte (Ceará), Natal (Rio Grande do Norte) e o arquipélago constam como “indisponíveis” até o último dia do mês.
Procurada, a Voepass não explicou os motivos pelos quais os trajetos estão suspensos. Afirmou que todas as aeronaves em operação estão “aeronavegáveis” e “aptas a realizar voos, com todos os sistemas requeridos em funcionamento”. A reportagem questionou a companhia novamente sobre a indisponibilidade de trafegar nos trechos citados, mas empresa não deu retorno.
Também na última terça-feira, o presidente da Voepass, o piloto e empresário José Luiz Felício Filho, conhecido como comandante Felício, falou pela primeira vez publicamente sobre o acidente em Vinhedo em um vídeo de 2 minutos e 42 segundos divulgado pela empresa.
Ele lamentou as mortes, afirmou que a empresa está oferecendo assistência às famílias das vítimas e disse que a vida dos passageiros e tripulantes é “a prioridade número um” da Voepass.
“Desde que assumi a presidência dessa empresa, em 2004, sempre construí uma base com diretrizes sólidas e sempre pautadas pelas melhores práticas internacionais para garantir a segurança operacional de todos”, disse Felício Filho.
Investigações
As causas da queda do avião em Vinhedo estão sendo conduzidas pela Polícia Federal e pelo Cenipa, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, da Força Aérea Brasileira. Os órgãos já conseguiram extrair os dados de voz e de voo das caixas-pretas e do Flight Data Recorder, respectivamente, que serão importantes para desvendar as razões para o acidente.
“Neste momento de profunda dor, nosso principal esforço está em seguir apoiando e dando assistência irrestrita às famílias dos passageiros e tripulantes a bordo”, afirma a Voepass, em nota. A companhia alega que a aeronave, modelo ART 72-500, estava regular a apta para voar.