BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada há três anos, será inaugurada nos próximos dias na estação de metrô Rio de Janeiro, no bairro de Caballito, em Buenos Aires.
A autorização para a colocação do tributo foi dada na última quinta-feira (12) pelo Parlamento da Cidade de Buenos Aires, que tem status de província. A proposta foi encaminhada pela deputada peronista María Bielli a pedido do Coletivo Passarinho -grupo formado por brasileiros que moram na capital argentina.
“Na Argentina, Marielle é elogiada de modo transversal, pela defesa dos negros, dos moradores de favelas, das mulheres e dos direitos humanos. Aqui, devido à ditadura militar [1976-1983], um assassinato que pode estar relacionado ao Estado chama muito a atenção”, diz Renata Benítez, integrante do coletivo.
“Além disso, Marielle é um símbolo de questionamento muito forte em relação ao governo Bolsonaro.”
A placa, que já está pronta, diz: “Em memória de Marielle Franco (1979-2018). Vereadora do Rio de Janeiro, defensora dos direitos humanos e da comunidade LGBTQIA, assassinada no dia 14 de março de 2018”.
Também haverá um QR code que levará a uma página com dados da vida da parlamentar carioca. Marielle foi morta aos 38 anos na região central do Rio. Ela e o motorista do carro em que estava foram baleados -ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava, por sua vez, sobreviveu.
Apesar da prisão de dois suspeitos de executar o assassinato, até hoje a polícia fluminense não esclareceu se houve um mandante nem qual o motivo do crime. De lá para cá, a vida de Marielle -mulher negra, lésbica e nascida no Complexo da Maré- inspirou outras e, recentemente, virou série de TV.
No último domingo (14), quando a morte de Marielle completou três anos, foi feita uma intervenção artística na estação de metrô, colocando, ao lado do nome da estação, o da vereadora.
Assim, por um dia, a estação se chamou “Rio de Janeiro – Marielle Franco”. Os membros do coletivo queriam pedir a mudança definitiva do nome da parada, mas uma lei municipal exige que, em caso de homenagem a personagens mortos, é preciso passar ao menos cinco anos do falecimento.
Junto à intervenção, o grupo vem realizando outros eventos relacionados a Marielle, como debates online, exibição ao ar livre de filmes sobre temas relacionados à vereadora, entre outras programações.
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