O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça, 16, que vai se vacinar contra a covid-19. No Distrito Federal, onde o ministro despacha diariamente, a imunização dos idosos com 72 e 73 anos começa na próxima quinta (18) e em breve o alcance deve ser estendido à faixa em que está Guedes, que tem 71 anos.
“Já queria ter me vacinado. Acho ótimo. Sou candidato à vacinação. Quero me vacinar”, disse o ministro da Economia em entrevista concedida à CNN.
Em dezembro de 2020, em entrevista a jornalistas, Guedes se furtou de responder diretamente sobre se tomaria ou não a vacina. “Eu, como cidadão, tenho direito à privacidade sobre se vou tomar e qual vacina tomarei”, disse. Na ocasião, o ministro chegou a comparar a escolha de vacinar ao sigilo do voto, garantido pela Constituição.
O contexto da declaração de Guedes em dezembro era outro: o Brasil ainda não havia iniciado a imunização, enquanto outros países davam passos iniciais nessa direção. Além disso, o governo federal ainda mantinha postura refratária às negociações para compra de doses de laboratórios como Pfizer, Janssen e Moderna.
De lá para cá, porém, houve uma explosão no número de casos e óbitos. Primeiro em Manaus, onde a falta de oxigênio para dar suporte a pacientes com covid-19 expôs o colapso e rendeu ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, uma investigação por suspeita de omissão. Depois, em diversas cidades do País, com UTIs operando acima de suas capacidades, óbitos acima de 2 mil por dia e governadores decretando medidas duras de isolamento. Outra mudança é no próprio Ministério da Saúde, cujo comando passará das mãos de Pazuello para o médico Marcelo Queiroga.
Embora tenha pedido reserva em dezembro sobre sua escolha pessoal em relação à vacinação, Guedes sempre adotou discurso favorável à vacinação. Mesmo com o presidente Jair Bolsonaro desencorajando a população a se imunizar contra covid-19, Guedes destacou já em dezembro que a imunização é o que sustentará o fôlego da recuperação econômica. Na mesma ocasião, defendeu uma espécie de “passaporte” para os imunizados, assegurando-lhes acesso a locais públicos como cinemas, shoppings, entre outros. Seria um incentivo à vacinação, sem torná-la obrigatória.
Nas últimas semanas, o ministro da Economia intensificou esse discurso juntamente com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na semana passada, ambos participaram ao lado de Bolsonaro da reunião que selou o acordo do governo federal para a aquisição de doses da vacina da Pfizer, inclusive com antecipação no cronograma para atender de forma mais urgente à demanda do Brasil.
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