WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Um ano após a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarar a Covid-19 uma pandemia global, o presidente dos EUA, Joe Biden, deve fazer nesta quinta-feira (11) seu primeiro discurso em rede nacional –e em horário nobre– para relembrar a morte de mais de 500 mil americanos e apresentar o plano de seu governo para a próxima fase da crise.
Em uma fala que deve durar cerca de 20 minutos, Biden pretende anunciar um roteiro para que todos os americanos adultos possam ser vacinados contra a Covid-19 a partir de 1º de maio, zerando as filas de prioridade e levando os EUA ao “mais perto do normal” em 4 de julho, quando o país celebra sua independência.
“A luta está longe do fim. Ainda temos muito trabalho a fazer. Mas juntos, unidos, podemos derrotar essa pandemia, e todos podemos comemorar um 4 de julho mais normal com familiares e amigos”, dirá Biden, segundo trecho do discurso antecipado para a imprensa.
O presidente adiantou assim, mais uma vez, o prazo para a capacidade de vacinação de toda a população americana. Ele havia prometido que isso aconteceria até o fim de maio, dois meses antes do prazo inicial, e agora acelera mais uma vez as datas, em um dia simbólico para o curso da pandemia.
Biden promete a ampliação dos centros de vacinação em massa, fundamentais para o salto do ritmo da imunização do país, que hoje atinge 25% da população.
Segundo assessores, Biden deve ainda fazer uma homenagem aos mortos, dizer que a pandemia levou os EUA ao maior desafio operacional da história e pedir que a população tenha cautela, mas olhe para frente com esperança, ancorada no avanço da vacinação e no pacote de alívio econômico aprovado pelo Congresso.
A medida, no valor de US$ 1,9 trilhão, foi assinada por Biden nesta quinta, horas antes de o presidente aparecer na TV, e conta com dinheiro para vacinação, auxílio para famílias e empresas, além de preparar escolas para voltar às aulas presenciais, entre outras medidas.
O objetivo de Biden é relembrar com pesar o sofrimento das famílias americanas, atingidas por uma crise sem precedentes, mas, o mais importante, o democrata quer apresentar com algum otimismo o caminho que vem pela frente.
Há um ano, os EUA registravam mil casos de Covid-19, hoje são quase 30 milhões. No início, a Casa Branca projetava de 100 mil a 240 mil mortes como um dos cenários mais pessimistas do ano, mas viu as vítimas ultrapassarem meio milhão em fevereiro de 2021. Apesar das surpresas sombrias, o ritmo da vacinação americana é positivo e, junto com a queda nas mortes e hospitalizações, isso levou o país para uma rota de mais confiança nas últimas semanas.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, os EUA têm registrado média de 60 mil novos casos de Covid-19 por dia –ante 260 mil em janeiro– e o número de mortes diárias é de cerca de 1.700. Há dois meses, as vítimas passavam de 4.000 em 24 horas.
Mesmo com a melhora, o platô ainda é alto, e Biden pede que os americanos sigam usando máscaras e respeitem o distanciamento social, para evitar que os avanços conseguidos até agora sejam perdidos.
O principal desafio do presidente nos próximos meses é entregar as promessas a uma população cansada de medidas restritivas e ávida pelo novo normal.
Após um começo de vacinação considerado lento (com média de 900 mil vacinas aplicadas por dia entre dezembro e janeiro), os EUA deram um salto para a média de 2 milhões de imunizantes administrados diariamente –o recorde foi batido no sábado (6), com 2,9 milhões de doses aplicadas.
Pesquisas mostram que o apoio dos americanos à vacina aumentou nos últimos meses e, com a abertura de centros de vacinação em massa em todo o país, o processo de imunização foi bastante acelerado.
O medo da Casa Branca e de especialistas de saúde é que a população relaxe diante do otimismo criado com os bons números e pare de cumprir regras que são exigidas mesmo aos imunizados enquanto o país não atinge a chamada imunidade de rebanho, o que deve acontecer somente no meio do ano.
O governo americano já comprou mais doses do que as necessárias para vacinar toda a população, e Biden disse que, se houver sobras, elas serão distribuídas a outros países que precisam do imunizante. Os EUA adquiriram 300 milhões de doses da vacina da Pfizer, 300 milhões das produzidas pela Moderna –ambas exigem duas aplicações– e 200 milhões das da Johnson &Johnson, de dose única.
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