Os três principais sintomas da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, são uma nova tosse persistente, temperatura elevada e perda de olfato e paladar (ou anosmia), mas algumas pessoas que contraem o vírus também experienciam uma condição apelidada de ‘nevoeiro cerebral’ – criando um “transtorno significativo”.
As pessoas que superam aCovid-19 podem muitas vezes sofrer de Covidpersistente, uma condição que prejudica a recuperação da patologia e que pode persistir durante meses.
Muitos indivíduos com Covidpersistente têm dificuldade em raciocinar e de concentração, e alguns experienciam inclusive perda de memória de curto prazo resultante do vírus.
Ainda mais preocupante, em certos casos os pacientes também relataram psicose e delírio.
Para entender o impacto que a Covid-19 tem no cérebro, os cientistas têm examinado cérebros autopsiados de pacientes que morreram vítimas do novocoronavírus.
No decorrer da análise, os especialistas detectarama concentração de células volumosas denominadas de megacariócitos que ocupavam a maioria do espaço e deixavam assim menos espaço para o sangue circular livremente pelo cérebro.
O professor de patologia na Johns Hopkins University School of Medicine, David Nauen disse que tal pode ser a chave para entender como o cérebro é impactado pelo SARS–CoV-2.
Em declarações à ABC News, afirmou que se essas células estão bloqueando o fluxo sanguíneo para o cérebro, então isso irá privá-lo dos nutrientes e oxigênio necessários para trabalhar em plena capacidade.
Nauen acrescentou que os “dados apurados na autópsia sugerem que o fardo pode ser significativo”.
“O córtex cerebral é ricamente vascularizado com capilares, se alguma proporção de capilares são bloqueados ou obstruídos por essas células, ele bloqueia algum nível de fluxo sanguíneo”, explicou.
“Uma alteração no fluxo de sangue num sistema que está levando oxigênio tão precisamente com base no tempo e na necessidade pode estar prejudicando a função cognitiva, como uma imagem de nevoeiro cerebral”.
O professor Nauenconclui que é fundamental que os investigadores percebam como as células estão a entrar no cérebro e os danos que causam no órgão.
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