Os resultados são proporcionais aos meus esforços, diz Lauana Prado sobre sucesso musical

MARIA PAULA GIACOMELLI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – É só ligar a câmera que Lauana Prado já desata a conversar, sem muita necessidade de quebrar o gelo. A cantora de 34 anos fala ao site F5 por 25 minutos, após a sua pausa de almoço e depois de tirar duas semanas de férias. O descanso, parcialmente passado em Paraty, no Rio de Janeiro, veio após ela viralizar no fim de 2023 com a regravação de “Escrito nas Estrelas”, sucesso de Tetê Espíndola de 1985.

Muitos jovens conheceram a canção já na voz de Lauana, mas, em dezembro passado, a gravação original voltou às paradas de sucesso. A “culpada” foi Marcia Fu, que cantou a música em A Fazenda 15 (Record). Mas a regravação também surfou na onda e chegou a alcançar o top 50 do aplicativo de streaming de música Spotify.

Lauana conta que sua relação com a canção vem de muito antes. Seus pais se casaram ao som da música, e ela diz que cresceu ouvindo Tetê. Mas o sucesso “bem marcado em cartas de tarô” foi motivo de comemoração; porém, não de surpresa. A cantora avalia que estava no lugar certo na hora certa porque traça estratégias para furar bolhas no meio musical. “Os resultados são proporcionais aos meus esforços”, comenta.

“Eu regravei a música para colocá-la com uma sonoridade mais popular e dentro do universo do sertanejo. Reconfigurei para que ficasse interessante aos ouvintes dos dias de hoje”, afirma. Em 2023, ela foi indicada pela terceira vez ao Grammy Latino pelo álbum “Raiz Goiânia”, disco de regravações no qual “Escrito nas Estrelas” está incluída.

LAUANA OU MAYARA?
Nascida em Goiânia com o nome Mayara Lauana Pereira e Vieira do Prado, ela passou boa parte da vida sendo conhecida como Mayara Prado. Morou parte da infância na terra natal, até se mudar para Araguaína, no Tocantins, a 384 quilômetros de Palmas. Depois, viveu no Maranhão, onde cursou comunicação social na Universidade Federal do estado.

No início, ela trabalhava mais como compositora para outros artistas, como Rio Negro e Solimões, João Neto e Frederico, Jorge e Mateus e Fernando e Sorocaba. Foi com a vontade crescente de trilhar a própria carreira que resolveu mudar o nome artístico e passou empresariada por Fernando.

A mudança para São Paulo ocorreu após participar do The Voice Brasil de 2012 e ser uma das semifinalistas. “Eu já tenho um coração meio paulistano. Só que eu saí da roça, mas a roça não saiu de mim”, diverte-se.

Moradora do Morumbi, bairro nobre da zona sul da capital, ela diz que já não consegue mais passar anônima em compras no mercado ou enquanto toma uma cervejinha na Vila Madalena, bairro com alta concentração de bares e restaurantes. Tanto que, recentemente, contratou outro segurança, porque um só já não estava mais dando conta.

Sucesso também nas redes sociais, onde tem mais de 5 milhões de seguidores, a cantora também ajustou há pouco o cachê de suas apresentações e, hoje, diz cobrar uma média de R$ 350 mil por show –são mais ou menos 15 por mês. Nos dias de Carnaval, por exemplo, ela se apresentou em cidades de Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo e Maranhão.

Além de cantora, Lauana agora também se dedica à gestão de carreira de novos artistas. As primeiras agenciadas são as irmãs Cristina e Cristiane, da dupla Cristinas. Elas foram descobertas em Minas Gerais e trabalharam como backing vocals da agora empresária por algum tempo.

Geminiana com ascendente em touro e Lua em capricórnio, a artista conta que, a cada três meses, se consulta com sua astróloga (“ela vai me dando orientações com base no meu mapa”). No meio sertanejo, ela também se destaca por não demonstrar receio em se posicionar quando considera importante.

Lauana é abertamente bissexual e, ao contrário de outros artistas do gênero –conhecido por ser conservador–, apoiou o presidente Lula (PT) nas eleições de 2022. Em um de seus shows, ela incentivou o público a tirar o título de eleitor: “Na hora de votar, lembrem de mim: ‘L’ de Lauana Prado”, sugeriu.

“Eu sou muito verdadeira em tudo o que eu faço na minha vida, gosto que as pessoas sejam sinceras comigo também. Existe uma insegurança natural no começo, mas estou há 17 anos na estrada e eu sempre soube qual era o meu caminho”, explica.

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