O Conselho da Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSoccer, na sigla em inglês) decidiu, neste sábado, pelo fim da obrigatoriedade a atletas de permanecerem em pé durante o hino do país em partidas em que estejam representando a entidade. A norma, que valia desde 2017, dizia que jogadores de futebol deviam “ficar de pé respeitosamente” durante a execução do mesmo.
A votação para revogar o então Decreto 604-1 teve 71,34%. A obrigatoriedade imposta aos jogadores americanos já havia sido alvo de discussão antes. Em junho de 2020, esta norma foi revogada por um conselho de diretores da federação. Porém, para concretizar este cancelamento, ainda era preciso do plebiscito do Conselho de eleitores de todo os Estados Unidos, que inclui jovens, adultos amadores e constituintes profissionais, assim como o conselho de atletas.
Originalmente, a medida foi tomada em resposta a Megan Rapinoe, jogadora da seleção feminina americana de futebol. Ela se ajoelhou durante o hino nacional em 2016 antes de uma partida contra a Tailândia. O ato ocorreu em apoio a Colin Kaepernick, quarterback que se abaixou durante um jogo da NFL (futebol americano) em protesto à desigualdade racial. A própria Rapinoe já se ajoelhou diversas vezes defendendo o Seattle Reign, hoje conhecido como OL Reign. Desde que o decreto entrou em vigor, a atleta disse que iria respeitá-lo e assim o fez.
No entanto, em maio de 2020, a morte de George Floyd, um homem negro, pelas mãos de um policial branco, gerou uma série de protestos nos Estados Unidos e no mundo todo, reacendendo as bandeiras levantadas por Kaepernick e Rapinoe. Diversas personalidades do esporte e de outros segmentos adotaram o “símbolo” de se ajoelhar – incluindo policiais – o que levou a federação a reconsiderar a sua regra.
A reunião deste sábado, feita virtualmente devido à pandemia do novo coronavírus, contou com mais representantes do que qualquer outra da agenda. A maioria dos comentários foram contrários ao decreto anteriormente estabelecido.
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